• INÍCIO
  • SOBRE
    • DELIRIUM NERD NA MÍDIA
  • ANUNCIE CONOSCO!
  • COLABORE
  • CULTURA
    • ARTE
    • CINEMA E TV
    • ENTREVISTAS
    • ESTILO
    • GAMES
    • LITERATURA
      • LEIA MULHERES
    • MANGÁS/ANIMES
    • MÚSICA
    • SÉRIES
    • QUADRINHOS
      • [HQ] Lua Negra
  • PODCAST
  • PARCERIAS
  • APOIE!
DELIRIUM NERD
CINEMA, LITERATURA, QUADRINHOS

O estupro como arma de roteiro e o Teste Jada

por Gabriela Minucelli · 1 de dezembro de 2016
Compartilhe
  • 826
    Shares

Não é de hoje que roteiristas preguiçosos utilizam o estupro como forma de desenvolvimento de roteiro. Se olharmos para a nossa literatura, produções de filmes e séries, conseguimos pensar em diversos casos em que a violência contra a mulher é utilizada para dar alguma motivação à ela ou pior, desenvolver um personagem masculino.

Raras são às vezes que este tipo de situação é utilizada como forma de denúncia, crítica ou para evidenciar de qualquer maneira o quão errada e problemática é a cultura do estupro, e estas cenas (mal) escritas, acabam somando-se à própria cultura defasada.

Durante os 16 dias de ativismo na luta contra a violência à mulher, os blogs envoltos pelo #feminismonerd se propuseram a discutir as problemáticas em torno da representação de mulheres como uma matriz que reitera os discursos de violência e ódio, quanto veículos que visibilizam a discussão. Sabemos que apenas a exposição e discussões possibilitam o combate direto, a resolução e identificação do problema. Como reitera a escritora e teórica feminista Audre Lorde : “é preciso transformar o silêncio em linguagem e ação.”

tumblr_mns3v1o3pe1s6uwt9o1_500

cena de “Doce Vingança”

Nós sabemos o quão poderosa pode ser uma obra de ficção. Não porque as pessoas vão assistir e sair reproduzindo pura e simplesmente, mas porque conseguimos levantar pontos de debate ou naturalizar problemas que, muitas vezes, não deveriam ser vistos como normais. 

A atriz e diretora Jodie Foster, disse em um debate “Mulheres no Cinema” que: 

“Uma das coisas que mais me irritava como atriz era ver que, quando os roteiristas homens buscavam uma motivação para a mulher, eles a estupravam.”

Os estupros são usados como motivação, redenção, justificativa ou castigo, como em “Verdades Secretas”, quando a personagem da Grazi Massafera foi estuprada porque fez coisa errada (que feio!). 

Apesar de Game of Thrones ser uma série incrível, os roteiristas são mestres em utilizar o estupro (e o corpo da mulher) da pior forma possível e como objeto de decoração da cena (vide cena na casa do Craster, onde várias mulheres sem nome foram estupradas ao fundo sem acrescentar em nada na história).

E3KF96o.gif

cena de “Game of Thrones”

Há formas de retratar o estupro sem ignorar que é um problema ou naturalizar a questão e, principalmente, sem objetificar a mulher. Importante lembrar que não existe sexo com consentimento e sem consentimento. Se não houve consentimento: é estupro. 

Como adoramos testes que avaliam roteiro e representatividade, e para complementar a discussão, explicaremos o Teste Jada.

Em uma análise levantada pela Vulture, a autora Jada Yuan adaptou o Teste de Bechdel para analisar a forma que estão retratando os estupros na ficção. Assim como nos casos anteriores, para passar no Teste a obra tem que passar por três critérios:

  1. O estupro ocorre pelo ponto de vista da vítima?
  2. A cena de estupro possui o propósito de desenvolvimento da personagem da vítima em vez da trama da narrativa?
  3. O abalo emocional da vítima é desenvolvido depois?

E como bem disse a Ana Recalde de Collant Sem Decote, seria interessante pensar se “o corpo nu da vítima é mostrado durante a cena como objetivo de sexualização?”.

Além destas questões já citadas, temos o problema de percepção. Alguns diretores sequer entenderam que a cena desenvolvida foi de estupro, porque eles eram casados, ou a mulher apenas disse que não, mas não lutou. Vamos repetir um mantra “Não é não” e parar de arrumar desculpas para roteiros preguiçosos? Vamos!


Leia também:

  • [MANGÁ] A banalização do estupro nos desenhos eróticos japoneses
  • [CINEMA] “Agnus Dei”: sobre estupro e fé
  • [QUADRINHOS] Manara, Cho e os homens pelo direito de objetificarem as mulheres

Textos voltados para a ação nerd pelo fim da violência contra a mulher:

  • [SÉRIE] “Jessica Jones” – quando a ficção imita a vida ou o retrato da violência contra a mulher
  • [DOCUMENTÁRIO] “Audrie & Daisy”: o poder destrutivo da violência sexual e do bullying
  • [SÉRIES] “Top of the Lake” e o retrato do machismo e violência contra a mulher
  • [CINEMA] “A Pele que Habito” e a misoginia disfarçada em um médico louco
  • [LIVRO/CINEMA] Representação feminina nas obras de fantasia épica e a falácia da fidelidade histórica
  • [SÉRIE] “How To Get Away With Murder”: Annalise Keating, a construção da mulher vítima, agente e defensora

Sites envolvidos nessa campanha:

  • Momentum Saga
  • Nó de Oito
  • Ideias em Roxo
  • Preta, Nerd & Burning Hell
  • Valkirias
  • Vanilla Tree
  • Prosa Livre
  • Kaol Porfírio
  • Psicologia&CulturaPop
  • MinasNerds
  • Iluminerds
  • Pac Mãe
  • Séries por Elas
Compartilhar Tweet

Gabriela Minucelli

Parte humana, parte alien e muito feminista, sim senhor. Parece meiga, mas engana bem. Devora livros com farinha e tem verdadeira paixão por maratonar séries e engatar um dia de filmes. Problematiza sempre que pode e tenta manter o bom humor. Sempre gostou muito de escrever e criou o Alien Queen para isso, mas encontrou no Delirium Nerd um espaço de sororidade incrível.

Você também pode gostar...

  • CINEMA

    A Assistente: o silenciamento dos assédios em Hollywood

  • Meu corpo, Minha casa uma jornada de volta à própria pele CULTURA

    Meu corpo, Minha casa: uma jornada de volta à própria pele

  • Em The Witcher, o Continente é das Feiticeiras! CULTURA

    Em The Witcher, o Continente é das Feiticeiras!

PESQUISAR

PRÉ-VENDA

Textos Populares

  • Animes com protagonistas femininas que você precisa ver!
  • Killing Stalking Killing Stalking: o problema com os shippers
  • Os personagens não brancos dos animes Lista com personagens negros dos animes
  • Chamas do Destino Chamas do Destino: “há algo de podre no reino da Dinamarca”
  • Quadrinhos eróticos feitos por mulheres Quadrinhos eróticos feitos por mulheres: erotismo para além dos homens

PODCAST

 

ANUNCIE AQUI!

Sobre

O Delirium Nerd é um site sobre cultura, com foco no protagonismo feminino e obras feitas por mulheres.

Tags

cinema crítica Feminismo filme literatura machismo mulheres Netflix personagens femininas protagonismo feminino Quadrinhos representação feminina resenha série

Arquivos

Para contato ou parcerias: [email protected]

© 2021 Delirium Nerd. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, total ou parcial do conteúdo sem prévia autorização das editoras.