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DELIRIUM NERD
42ª Mostra de SP
CINEMA

[42ª MOSTRA DE SP] Balanço do Dia: Filmes da Competição de Novos Diretores

por Carol Lucena · 24 de outubro de 2018
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O Balanço do Dia da Delirium Nerd conferiu três filmes da Competição de Novos Diretores na 42ª Mostra de SP, são eles: Charlotte Quer Se Divertir, A Plantação de Laranjas e Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos. Confira!

Charlotte Quer Se Divertir

42ª Mostra de SP

Com direção de Sophie Lorain, Charlotte Quer Se Divertir conta a história de três jovens amigas canadenses que estão explorando suas sexualidades. Ao verem funcionários bonitos em uma loja, decidem se empregar no local para se aproximar dos rapazes. Mas, aos poucos, percebem a perversa disparidade de gêneros ao serem depreciadas pela liberdade sexual, enquanto os homens são enaltecidos. Em resposta, as mulheres da loja organizam uma “greve de sexo” à la “Lisístrata”, famosa peça grega em que mulheres iniciam tal greve para reivindicar o fim da Guerra do Peloponeso. 

O filme, entretanto, passeia apenas superficialmente pela crítica à diferença de gêneros, largando tudo em prol de um final comum de comédia romântica. Sem tal crítica, sobra apenas a frustração de uma oportunidade perdida. A fotografia em preto e branco também é um elemento destoante do espírito jovem do filme, marcando uma preferência estética “cult” que não combina com a linguagem trazida pelos outros recursos fílmicos e acaba sendo um demérito ao filme como um todo. 

A Plantação de Laranjas

42ª Mostra de SP

Do diretor Arash Lahooti, A Plantação de Laranjas é um filme iraniano sobre uma mulher que lida com enormes problemas, tanto em seu casamento quanto para entregar a colheita de suas fazendas de laranjas a tempo. Com uma estética realista, o filme foca na protagonista Aban e a lida com seu time de funcionárias – todas mulheres. É interessante notar as agruras e afetos da relação patroa-funcionárias, apoiada em uma linha tênue entre compaixão e dureza, ajuda e exploração. O filme não se posiciona firmemente sobre essa questão trabalhista, evitando um ar totalmente crítico e culposo sobre Aban, mas pelo menos aborda com clareza. É muito positivo ver histórias sobre mulheres iranianas, ainda mais sobre uma que desafia o machismo tradicional no mundo empresarial.

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Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos

42ª Mostra de SP

Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos é um filme brasileiro lindíssimo, premiado em Cannes esse ano. Dirigido pela brasileira Renee Nader Messora e o português João Salaviza, a narrativa foi construída junto com os indígenas Krahô, na aldeia Pedra Branca, no Tocantins. Os protagonistas inclusive mantém o seu próprio nome real e suas relações de parentesco da vida real, embora a história do filme seja ficcional.

Ihjãc é um jovem que sonha com o espírito de seu falecido pai. Quando se aproxima a hora de virar pajé, ele recusa o cargo e foge para a cidade, na esperança de escapar. O som do filme é todo pensado para evidenciar o contraste entre esses dois ambientes: a floresta e a cidade. Há ênfase também no deslocamento de Ihjãc dentro do Brasil urbano. Além da barreira linguística, ele é infantilizado pelos funcionários com quem tem contato, que estão a todo momento lhe dizendo o que fazer e enfatizando sua inadequação aos modos de agir da cidade. “Você não entende a vida do índio”, ele diz a uma funcionária, que responde “e você não entende a vida do branco. Eu tenho um monte de coisas pra fazer e você fica aqui me atrapalhando.”

Com uma fotografia belíssima, belas cenas de pôr-do-sol, cantorias na aldeia e jogos de luz e sombra, o filme é uma belíssima construção de histórias com que o Brasil urbano tem pouco contato. Trazendo uma visão de dentro, sem exotificar os indígenas, esse é um tipo de filme de que precisamos cada vez mais. Ao mesmo tempo que denuncia o absurdo colonialista que faz com que indígenas sejam até hoje tratados como estrangeiros em seu próprio país, traz uma visão humanizada sobre um desses grupos, urgentemente necessária. É na ficção, afinal, que se tecem as afinidades, onde se moldam os sonhos e onde se aprende a naturalizar o que se vê bem representado ali. É o tipo de filme que o Brasil mais precisa atualmente.

Para ver os horários de exibição dos filmes, acesse o site da Mostra.

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Carol Lucena

Cineasta, musicista e apaixonada por astronomia. Formada em Audiovisual, faz de tudo um pouco no cinema, mas sua paixão é direção de atores. Vocalista da banda Noite e compositora nas horas vagas. Também escreve sobre cinema em seu site Cine Medusa.

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