The Last of Us – 1×08: a Ellie proverá!

The Last of Us – 1×08: a Ellie proverá!

O episódio oito de The Last of Us, intitulado “When We Are in Need”, causou várias emoções de uma só vez nos espectadores, como sempre!

Para quem já está familiarizado com o game, o penúltimo episódio da série queridinha do momento foi feito para relembrar todo o desespero que essa parte da história proporciona. 

Religião e apocalipse em The Last of Us

Em meio a décadas em estado literalmente apocalíptico, as pessoas procuram algo a se agarrar e continuar vivendo naquele mundo, seja na causa revolucionária dos Vagalumes, em comunidades como aquela onde mora o irmão de Joel, o Tommy (Gabriel Luna), ou sobrevivendo nas ZQs. Por isso, claro que não poderia faltar a religiosidade, algo que já unia a sociedade muito antes da pandemia do Cordyceps. 

No oitavo episódio de The Last of Us, é mostrada uma pequena comunidade que sobrevive a base da “fé” e lealdade a um pastor, o David (Scott Shepherd). O pregador aparece no jogo da mesma forma, mas seu grupo de seguidores e o que eles fazem não é tão explorado. Já na série da HBO, um contexto maior foi dado a esse grupo e como seu caminho se cruza com o dos protagonistas. 

Religião e apocalipse no oitavo episódio de The Last of Us.
David, interpretado por Scott Shepperd. | Divulgação/HBO

Assim como têm sido nos episódios anteriores, as contextualizações sociais e políticas fazem toda a diferença. Os criadores de The Last of Us não medem esforços para ajudar o espectador a adentrar no universo e criar a imersão perfeita. E aqui, eles mostraram a religiosidade tóxica que não deixou de existir no mundo – na verdade, parece ter sido fortalecida.

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Dessa forma, o apelo religioso de David ajuda a audiência a entender mais sobre o dia a dia das pessoas comuns após o surto infeccioso. Para alguns, aquilo é tudo que se precisa ou pode ter (apesar das dificuldades e do desconforto constantemente presente). Ter algo ao que se agarrar, alguém para seguir e sentir que se têm um apoio: isso é, muitas vezes, a maior necessidade em meio ao caos que inundou aquele mundo.

David repete algumas vezes que seus seguidores confiam nele e o apoiarão independente de suas decisões (até no canibalismo!). Aquele povo está cego de medo e a religião é a única saída. Isso fica claro na cena do restaurante em que ele bate na face da garota que perdeu o pai e logo em seguida dá a mão para ela se reerguer. A necessidade de ter alguém para acreditar e seguir, se faz presente em todos os universos, histórias e momentos. Ainda que oprimidos, o povo precisa de algo ou alguém em quem acreditar. Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência.

O amadurecimento de Ellie

Bella Ramsey deu um show de atuação no oitavo episódio de The Last of Us.
Bella Ramsey deu um show de atuação nessa cena! | Divulgação/HBO

Ao longo de oito episódios, foi possível ver o crescimento e amadurecimento da protagonista Ellie, além de notar como essa mudança foi essencial para seu relacionamento com Joel – e até mesmo para a trama em si.

Por fazer parte do enredo do jogo eletrônico, sua evolução como sobrevivente e aventureira já era esperada por alguns, mas não deixou de causar uma boa impressão naqueles que acompanham a série. Precisando se virar sozinha e cuidar de Joel ao mesmo tempo, a garotinha mostrou garra e força de vontade. Sem medo de se arriscar, lutou bravamente e lembrou de tudo que seu parceiro lhe ensinou meses antes. 

Ver Ellie na tela da HBO é mágico. A atriz Bella Ramsey está dando um show de atuação a cada episódio, impossível não se apaixonar e torcer por ela! Ao incorporar a criança infectada, Bella consegue expressar perfeitamente a dualidade da personagem – o misto de medo e coragem, mas também de inocência e esperteza que existe nos jogos e é perfeitamente retratado na série. 

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No oitavo episódio, assim como no anterior, ela possui quase todo o tempo de tela para si, prendendo o espectador com sua personalidade forte. Ao confrontar David e ser capturada pelo bando do pastor, Ellie se encontra sozinha para enfrentar as adversidades que lhe surgem. Uma personagem tão interessante que mesmo o antagonista do episódio se impressiona com seu comportamento. Os fãs do game costumam amar Ellie por tudo que ela representa, e com o show não poderia ser diferente. Sem medo de tentar, a garota agarra todas as oportunidades e não mede esforços para defender o que acredita ou aqueles que ama. 

The Last of Us - 1x08 | Crítica: When We Are in Need

O amadurecimento da personagem auxiliou também na evolução de seu relacionamento com Joel. A dupla que que convivia de uma forma fria, com alguns conflitos e embates de opinião, agora possui cada vez mais sentimentos e química entre si. A amizade, que se tornou um amor quase parental, agora é expressada sem medos. Ellie viu em Joel uma figura em quem se espelhar, confiar e proteger, e o mesmo aconteceu da parte dele. 

Com a situação delicada de Joel, Ellie demonstra coragem e a necessidade de ter seu parceiro vivo. Ela confronta o frio e os vilões que encontra no caminho. Por outro lado, Joel, ainda que debilitado, não mede esforços quando precisa se levantar e defender a garota. Em The Last of Us, a união faz a força, e a confiança mútua é a chave para enfrentar humanos e infectados. 

Sempre juntos! Divulgação/HBO

Curiosidades e a expectativa para o último episódio

Fazendo jus à fama, a HBO manteve o nível da série super elevado até agora. Com uma trama bem ambientada, atuações impecáveis e produção de cair o queixo, The Last of Us talvez já seja uma das melhores séries do ano. 

Os criadores do show adaptaram a história do jogo com louvor e não deixaram de incluir easter eggs, além de algumas participações especiais, como a de Troy Baker, dublador do Joel na franquia de jogos da Naughty Dog, mas que no oitavo episódio interpreta James, o braço direito do líder David.

Capítulo sombrio! | Divulgação/HBO
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Apesar das críticas a respeito da “falta de zumbis” que a série vem recebendo nas redes sociais, esse é um detalhe que não faz tanta falta quanto parece. The Last of Us é sim sobre infectados, claro, mas mais ainda sobre como vivem aquelas pessoas após o surto, as relações humanas e a maldade que se faz presente ali, independente do horror de se viver num universo repleto de mortos-vivos. 

O trabalho bem feito da produção em manter infectados e humanos em equilíbrio é notável. Nada de violência e gore gratuitos, mas ambos na balança com drama e suspense de maneira equivalente. 

Semana que vem, o último episódio vai ao ar e a expectativa é alta! Como será a adaptação dessa fase de aventuras de Joel e Ellie? Será que os acontecimentos vão acompanhar o final do primeiro jogo? 

Por aqui, o clima é de ansiedade e curiosidade! 

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Baiana, graduanda em Jornalismo pela UFSJ. Apaixonada por cinema, exploradora de gêneros musicais esquisitos e leitora de clássicos russos nas horas vagas.
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