Miêta: o indie brasileiro e melancólico feito por mulheres que falta em sua alma

Miêta: o indie brasileiro e melancólico feito por mulheres que falta em sua alma

Em meio a arranjos psicodélicos, a banda mineira Miêta, composta por Bruna Vilela (guitarra), Célia Regina (guitarra), Luiz Ramos (bateria) e Marcela Lopes (baixo, vocais) lançou seu primeiro álbum em outubro intitulado “Dive“, composto por dez faixas que caminham para uma vertente experimental do indie e ao mesmo tempo constrói a personalidade do grupo sem se espelhar em exemplos engessados, portanto, se permitindo explorar novas e diversas combinações.

Sua estrutura é como a própria banda o descreve: uma total submersão nas loucuras e excentricidades do grupo, onde a cada música você adentra um universo mais profundo e intrigante – e acredite, você vai querer mergulhar de cabeça nesse som alternativo.

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O debut é focado em explorar assuntos relacionados à ansiedade e conflitos internos, com uma pegada bem subjetiva. Além disso, por ser majoritariamente composta por mulheres, a banda possui um espaço amplo para abordar o âmbito feminino e suas particularidades, expressadas pelo vocal denso de Marcela Lopes, somado a subjetividade instrumental apresentada por todo o álbum.

“Messenger Bling” abre o álbum dando uma amostra das músicas poderosas que estavam por vir, com uma guitarra muito experimental, uma bateria presente, um baixo denso e um vocal cheio de personalidade – que muitas vezes nos remete à rebeldia de Patti Smith. O fechamento ocorre com a frenética “Soldier Boy”, perfeito desfecho para um álbum tão denso como “Dive“.

Miêta
Imagem: Miêta em show de abertura para banda DIIV (Helena Yoshioka | Monkeybuzz)

Apesar de ser uma brasileira, Miêta apostou em um disco com apenas uma música em português – “A Gente Não Consegue Terminar” – e o restante em inglês, mas isso não é um ponto negativo, muito pelo contrário: independentemente do idioma, a banda consegue transmitir sua mensagem e demonstrar sua essência, além de adotar uma pegada mais universal desse modo, principalmente por meio dos instrumentais que levam o ouvinte a querer fechar os olhos e sentir as músicas conforme os corpos se deixam levar e se libertar, seja sozinho em seu quarto ou em alguma festa cheia de gente.

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Tente pegar um pouco do instrumental de My Bloody Valentine, os vocais intensos de Sonic Youth, as guitarras fortes de Interpol, a melancolia de Joy Division e adicione uma boa dose de sutileza e subjetividade – além claro, de uma poderosa voz feminina de Marcela. E assim temos uma banda brasileira que transpira originalidade chamada Miêta.

Mas leve isso em mente: não é uma banda para todos. Apenas aqueles que se deixarem levar pela audácia, excentricidade e arranjos experimentais do grupo musical. Não espere uma banda comum, daquelas que apenas revivem gêneros ou músicas passadas. Mas sim, uma banda que não teme expor todas suas características juntas, colocando muita personalidade em cada uma das dez faixas.

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Sinta a vibe de Miêta no clipe da faixa “Pet”:

Ficou curiosa? Mergulhe por completo em “Dive”!

Melhores faixas: “Messenger Bling”, “Math”, “Prejuízo” e “Am I Back? (Luv Drummers)”

Escrito por Tayná Garcia e Vittória Krambeck, do Periscópio Musical • Site | Facebook | Instagram | Twitter

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Estudante de Produção Cultural, social media na Cérebro Surdo Produções e colunista no portal Timbre. Também proprietária das melhores fotografias em cafés.
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