Lana Del Rey: a face mais famosa da música alternativa

Lana Del Rey: a face mais famosa da música alternativa

Lana Del Rey é o nome artístico de Elizabeth Grant, uma cantora e poetisa norte-americana de grande destaque no mundo musical. Fortemente associada ao gênero de música alternativa, a artista ficou popular por suas composições melancólicas, com melodias calmas e letras sensíveis.

Lana, que tem um histórico de luta contra a depressão, sempre deixou seus sentimentos complexos explícitos nas canções, o que se tornou a maior referência de sua marca. Nesse sentido, ganhou até mesmo a fama de “a cantora que queria estar morta“, a partir de uma entrevista concedida ao The Guardian em 2014.

Mesmo com um público que parecia restrito, diferentemente de outras cantoras do gênero, Lana Del Rey se tornou um nome famoso e reconhecido em diversos espaços da indústria musical, com uma base sólida de admiradores.

Lana Del Rey
Imagem: Mat Hayward/Reprodução

Com colaborações com nomes como The Weeknd e Taylor Swift, Lana tem seu lugar nas mais diversas playlists, e é fonte de inspiração para diversos colegas do ramo. Por isso, reconhecer o poder de sua influência é essencial para compreender os moldes da atualidade do mundo artístico.

Leia também >> O universo Coming of Age de Taylor Swift: filmes e séries que ecoam suas canções

A trajetória de Lana Del Ray

Em 2010, a cantora lançou seu primeiro álbum de estúdio, Lana Del Ray A.K.A. Lizzy Grant, sob o nome “Lana Del Ray”. Porém, atualmente, o disco não está disponível em nenhuma das suas plataformas digitais e só consegue ser acessado por meio de publicações não oficiais.

Ela também apresentou e gravou outros EP’s e canções por meio de diferentes nomes artísticos, mas foi após assinar com a gravadora Interscope que se equilibrou artisticamente. Finalmente, em 2011, o nome Lana Del Rey foi oficialmente inaugurado com o single Video Games, responsável por deslanchar sua carreira internacional.

Leia também >> Depression Cherry: a melancolia do amor pelo som etéreo do Beach House

O hit romântico se tornou parte do álbum “Born to Die” e, a partir desse ponto, Lana se tornou uma figura marcada na linha dos fãs e críticos, com alguns sucessos inesquecíveis como Summertime Sadness e Blue Jeans.

Mesmo as músicas que não tiveram promoção por meio de videoclipes e lançamentos radiofônicos conquistaram uma atenção significativa. A canção Cola, da edição Paradise do Born to Die, por exemplo, contempla mais de 150 milhões de streams no Spotify.

Desde o BTD, Lana manteve uma carreira consistente, com poucas brechas entre lançamentos de álbuns. Esse formato de trabalho ajudou a mantê-la relevante, a mostrar suas capacidades e, provavelmente, a consolidá-la como a grande influência que é hoje.

Uma cantora que abriu portas

Lana Del Rey deu abertura para o pop melancólico e autoral ingressar na área do mainstream. Em 2021, a MTV afirmou que seria difícil imaginar personagens como Billie Eilish, Lorde e até Olivia Rodrigo teriam o sucesso de hoje sem a influência de Lana.

Leia também >> Pure Heroine: 10 anos do debut de Lorde que marcou uma geração

Lana Del Rey
Imagem: Neil Krug/Reprodução

Desde suas primeiras apresentações, Del Rey formou uma forte imagem estética. Ela se inspirava na década de 60 para a apresentação de suas roupas e maquiagem, com uma grande glamourização do estilo de vida americano. Da mesma forma, suas canções ajudavam a formar esse conceito, com referências a uma vida selvagem regada a carrões, bebida e relacionamentos com homens poderosos.

Em seu início de carreira, a artista recebeu fortes críticas por essa imagem e, principalmente, pela personagem formada nos seus primeiros álbuns. Porém, ao continuar compondo e divulgando suas músicas, Lana conseguiu ir além desse peso, mostrando a possibilidade da autenticidade às outras mulheres do ramo.

Apesar do grande potencial artístico, a cantora nem sempre soube usar a magia de suas composições na hora de se posicionar, envolvendo-se em polêmicas para além da música.

Posicionamentos problemáticos

Durante a pandemia, uma série de atitudes problemáticas seguiu Lana. Em maio de 2020, a cantora publicou em seu Instagram o polêmico texto “Question for the culture“, no qual questionou as críticas que recebe e as dificuldades que enfrentou ao ingressar na indústria.

Seu erro foi se comparar a uma lista de artistas majoritariamente negras, como Beyoncé, Cardi B e Kehlani, afirmando que elas não enfrentaram os mesmos julgamentos que Lana ao abordar tópicos semelhantes.

Ao não considerar a diferente realidade encarada por essas mulheres, ela tornou seu posicionamento raso e, apesar de mapear pontos sérios sobre o machismo do universo artístico, pecou ao invalidar suas colegas no processo.

Leia também >> Renaissance Act II: o resgate das raízes negras da música norte-americana

Ainda nesse período, Del Rey foi criticada por sua falta de cuidado em relação às orientações de proteção contra a Covid-19. Durante a promoção do seu livro de poesias, Violet Bent Backwards Over the Grass, a artista utilizou uma máscara de tela em uma sessão de autógrafos com fãs e, por isso, foi chamada de irresponsável nas redes sociais.

Lana desativou seus perfis online em 2021. Atualmente, mantém apenas seu Instagram, @honeymoon. Mesmo com o afastamento das redes, seu nome ainda gera polêmicas eventuais, mas parece ter se estabilizado num momento mais consciente durante os projetos mais recentes.

Amadurecimento de imagem

Com os anos, Lana Del Rey parece ter ficado mais confiante em compor sobre sua vida pessoal. Claro que, durante sua carreira, suas experiências próprias da cantora sempre estiveram presentes entre os arquétipos e personagens. No entanto, a partir dos últimos discos, ela começou a apresentar situações mais condizentes com sua realidade.

Capa do álbum "Did you that there's a tunnel under Ocean Blvd"
Capa do álbum “Did you that there’s a tunnel under Ocean Blvd” | Imagem: Reprodução

Seu mais novo lançamento, o álbum “Did you know there’s a tunnel under Ocean Blvd“, de 2023, trouxe não apenas questões sobre o amor romântico, mas também sobre sua família, sua visão sobre a morte e questionamentos claros quanto às suas escolhas de vida. Essa decisão mostra as grandes mudanças de Lana desde o seu debut ou ao “Ultraviolence“, deixando de lado alguns glamoures para abordar questões mais duras sobre a realidade.

Leia também >> O espaço para autoaceitação na música pop

O disco também recebeu uma indicação a “Álbum do Ano” no Grammy 2024. Apesar de não ter levado o prêmio, o reconhecimento mantém os fãs na expectativa de um futuro gramofone como reconhecimento da trajetória de Lana.

Próximo projeto anunciado de Lana Del Rey

O próximo disco de Lana Del Rey, até então referido como “Lasso”, foi confirmado no evento pré-Grammy da Billboard de 2024, segundo a revista Rolling Stone. Sabe-se que será um álbum country, mas não há definição sobre os temas abordados. A data de lançamento esperada é setembro deste ano.

Assim, a expectativa é de que seja um material inovador, pela perspectiva de uma mudança mais intensa do seu estilo musical. Del Rey já vem liberando covers e materiais que indicam como esse próximo trabalho será.

Acima de tudo, espera-se que Lana continue evoluindo suas composições e contando suas histórias da forma cativante que sempre fez. Com sua capacidade de influência, também pode-se desejar um cuidado maior com seus posicionamentos, que podem se mostrar tão relevantes quanto sua visão artística.

Escrito por:

11 Textos

Jornalista/comunicóloga, com amor pela arte e pela escrita. Do fofo ao aterrorizante, falar do que eu gosto é minha maior motivação!
Veja todos os textos
Follow Me :