Caroline Polachek e a jornada artística de um ícone musical

Caroline Polachek e a jornada artística de um ícone musical

Com vocais angelicais, produções sonoras autorais e comprometimento artístico, a cantora Caroline Polachek tem consolidado seu nome como uma das figuras mais icônicas do cenário musical atual. Associada a gêneros como synth-pop, PC Music e até mesmo música ambiente, sua trajetória começou em 2005 no grupo Chairlift e, agora, ela lança sua música como artista solo.

Em outubro, Polachek viralizou com uma performance para a música Dang, na qual imitava uma apresentação acadêmica com slides no ritmo da canção. O sucesso de Caroline ao entregar uma produção visual e musical icônicas encantou o público, que exaltou sua voz, postura e, acima de tudo, sua dedicação à arte.

De fato, um artista pode surgir da noite para o dia, encarando o estrelato logo no início da carreira. No entanto, Caroline Polachek construiu um portfólio interessante antes de se tornar o foco de fanpages, receber aclamação da crítica especializada e ser incluída até mesmo nas intermináveis guerras de fandoms nas redes sociais.

Chairlift e a introdução a Caroline

Chairlift foi uma banda de synth-pop formada em 2006. Polachek iniciou o projeto junto a Aaron Pfenning, seu colega na Universidade do Colorado, e eventualmente Patrick Wimberly se uniu a eles.

Grupo Chairlift: Patrick Wimberly, Caroline Polachek e Aaron Pfenning
Grupo Chairlift: Patrick Wimberly, Caroline Polachek e Aaron Pfenning | Imagem: Reprodução

Como trio, lançaram Does You Inspire You, um álbum que os colocou em evidência com o single Bruises.

Em 2012, Aaron deixou o grupo, e a dupla remanescente lançou mais dois álbuns juntos. Algumas das canções mais famosas do Chairlift, como Amanaemonesia e I Belong In Your Arms, estão incluídas no álbum Something, do mesmo ano.

Desde o início, Caroline exaltava seu perfil criativo, sendo uma presença marcante nos vocais e clipes da banda, onde performava, dançava e sinalizava o início de uma jornada de sucesso.

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O Chairlift oficialmente encerrou suas atividades em 2017, conforme anunciado nas redes sociais. Os membros afirmaram que foi uma separação amigável e expressaram gratidão pelo tempo que passaram juntos.

Os primeiros projetos solo

Como artista solo, Caroline lançou seus primeiros projetos sob o nome artístico Ramona Lisa. O álbum Arcadia, lançado em 2014, ilustra esse período da carreira.

Caroline Polachek como Ramona Lisa.
Caroline como Ramona Lisa |Fotografia: Tim Barber

Caroline descreve as canções do LP como “música eletrônica pastoral”, tendo se inspirado principalmente na arquitetura romana, que pôde apreciar durante uma turnê do Chairlift pelo país.

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Posteriormente, a cantora lançou um projeto experimental de música ambiente sob a identificação de CEP, usando as iniciais de seu nome completo, Caroline Elizabeth Polachek.

O álbum Drawing the Target Around the Arrow surpreende em relação aos seus trabalhos anteriores, destacando sua habilidade de transitar pela música eletrônica e explorar suas capacidades e visões criativas.

Pang! Para dentro de você

Finalmente consolidando seu nome como marca, Caroline Polachek lançou o álbum Pang em 2019, associando-se a influentes figuras da PC Music, como os produtores Danny L Harle e A.G. Cook.

Capa do álbum Pang
Capa do álbum Pang | Imagem: Reprodução

Graças ao LP, ela se destacou entre as artistas alternativas, conquistando fãs definitivos. So Hot You’re Hurting My Feelings tornou-se sua música mais famosa, destacando-se como um dos pontos altos de seus shows.

A estética de Pang permeia aspectos místicos, sendo descrito como um “conto de fadas expressionista“.

Segundo Caroline, o álbum é dedicado aos românticos incontroláveis, explorando temas como solidão, paixão e o desejo por novos começos. Essa obra marcou sua identidade artística, que ela continuou a explorar em projetos subsequentes.

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Desire: nada jamais será como antes

Capa do álbum Desire, I Want to Turn Into You
Capa do álbum Desire, I Want to Turn Into You | Imagem: Reprodução

Em 2023, Caroline Polachek lançou um dos álbuns mais aclamados do ano, Desire, I Want to Turn Into You, que ganhou destaque em listas de veículos como Pitchfork (2º lugar) e The Guardian (3º lugar). Com críticas positivas, o álbum consolidou e impulsionou a força de seu trabalho.

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Da capa detalhista à produção musical diversificada, o disco foi recebido calorosamente pelos fãs e admiradores. Inclui singles como Welcome to My Island, Bunny is a Rider e Sunset, sendo uma das faixas mais notáveis a música I Believe, uma homenagem à sua amiga e artista inesquecível, SOPHIE, que faleceu em janeiro de 2021.

Caroline Polachek em apresentação do Tiny Desk
Apresentação no Tiny Desk | Fonte: Reprodução

Apesar do sucesso entre fãs e críticos, Desire não recebeu indicações nas categorias principais do Grammy. Os concorrentes foram acirrados, com nomes como Lana Del Rey, SZA e Boygenius ocupando posições de destaque.

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Mesmo assim, Desire, I Want to Turn Into You deixa uma narrativa sobre as várias facetas do amor, da perda – tanto de outros quanto de si mesmo – e, principalmente, da abertura para as possibilidades dessas experiências.

O álbum encerra-se com a canção Billions, que ilustra a capacidade de Caroline de se entregar completamente. Isso contrasta com a música de abertura, na qual Polachek, ainda receosa, convidava a mira de seus desejos para sua “ilha pessoal” que, agora, “nunca esteve tão próxima” dela.

Assim, Desire destaca a habilidade da artista de criar um álbum completo, bem elaborado e imerso em seu tema.

Próximos passos

Caroline não anunciou datas para projetos ou turnês em 2024. Com o lançamento de Dang, a artista plantou a esperança de um novo álbum ou, possivelmente, de uma versão deluxe para Desire. Até o momento, no entanto, ela não deu indicações nesse sentido.

A torcida é para que a cantora prossiga com sua trajetória de entregas cuidadosas e uma forte identidade musical. A expectativa por uma grande produção aumentou após o destaque de seu último álbum.

Contudo, desde que o compromisso artístico permaneça, Caroline Polachek mantém o potencial para continuar marcando e elevando seu nome na música, consolidando-se como um verdadeiro ícone.

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Jornalista/comunicóloga, com amor pela arte e pela escrita. Do fofo ao aterrorizante, falar do que eu gosto é minha maior motivação!
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