[GAMES] Mass Effect: Andromeda – nem tudo que reluz é ouro

[GAMES] Mass Effect: Andromeda – nem tudo que reluz é ouro

Quem gosta de jogos de ficção científica e RPG provavelmente já ouviu falar da trilogia Mass Effect e sabe do último lançamento da série, Mass Effect: Andromeda. O jogo chegou para PS4, Xbox One e PC em 21 de março de 2017, com muita polêmica sobre sua qualidade e como se compara em relação aos outros jogos da tão aclamada trilogia. Neste artigo, vamos avaliar se o jogo merece ser considerado um sucessor do nome e se é tão bem-sucedido na representatividade feminina como os anteriores.

Enredo

A história começa com a chegada da arca Hyperion na galáxia de Andrômeda, trazendo consigo a porção humana da Iniciativa Andrômeda, um projeto para colonizar nossa vizinha mais próxima. Logo de cara, as coisas não dão muito certo, e Ryder, a protagonista da história, é obrigada a assumir as rédeas da situação.

O enredo do jogo aborda os desafios de colonizar uma nova galáxia, sem toda a infraestrutura com a qual os personagens estavam acostumados (quem já jogou os anteriores vai sentir falta dos Mass Relays). Nossa protagonista é a responsável por encontrar locais para o estabelecimento da colônia humana, além de descobrir os mistérios da nova galáxia. Além disso, Andrômeda já estava habitada por outras espécies e Ryder acaba tendo que resolver as disputas esperadas no primeiro contato entre povos diferentes.

A história tem vários núcleos – Ryder deve desvendar o que aconteceu com as outras arcas enviadas para Andrômeda e a liderança inicial, descobrir mais sobre a história de sua família e da Iniciativa Andromeda.

Andromeda

Uma desvantagem do jogo é que ele pode deixar a sensação de trabalho inacabado, visto que as escolhas de Ryder não geram consequências no presente. Além disso, ele provavelmente não terá sequência, visto que o estúdio responsável pelo jogo foi fechado, e os funcionários, absorvidos pela EA Motive. Considerando como a história foi construída, algumas perguntas serão respondidas no livro Mass Effect: Annihilation, que deverá ser lançado em junho de 2018, mas várias dúvidas sobre o universo do jogo ainda ficarão sem resposta.

Jogabilidade

Como todo bom jogo de RPG, Mass Effect: Andromeda tem várias histórias de fundo, além de missões que enriquecem a história principal, que sozinha não é muito longa. O jogo até divide as missões, colocando uma linha principal, missões secundárias e tarefas. Você acabará adiando as missões principais para resolver as secundárias, considerando que muitas delas são essenciais para entender o que está acontecendo em Andrômeda. Já quanto às tarefas, ME A acaba sofrendo pelo mesmo mal que muitos jogos de mundo aberto, e algumas tarefas são repetitivas, consistindo em falar com um NPC (Non-Player Character, em inglês), viajar para outro local e entregar o item para outro NPC, sem muita ação ou complexidade.

Andromeda

Mass Effect: Andromeda A possui o trunfo de permitir alta personalização do estilo de jogo para cada pessoa. As habilidades de Ryder são divididas em classes: combate, bióticas e tecnológicas. O jogo permite que você aperfeiçoe quaisquer habilidades independentemente da classe, possibilitando diferentes combinações de poderes especiais, diferentemente dos outros jogos de ME. Outra característica do jogo é que, conforme você avança na história e nas missões secundárias, diferentes armas podem ser pesquisadas e fabricadas com diferentes especificações (maior frequência de tiro, maior dano, recuperação de vida ao derrubar inimigos, etc.), facilitando alguns combates na metade final do jogo.

O game também tem alguns puzzles para serem resolvidos ao longo da jornada, mas nada muito difícil, embora sejam interessantes e desafiadores.

Assim como Mass Effect 3, Andromeda também possui o modo multiplayer cooperativo, com 4 jogadores unindo forças para enfrentar ondas de diferentes facções inimigas em variados níveis de dificuldade. Esse modo é mais interessante para quem gosta das partes de combate do jogo e de ganhar diferentes medalhas pelas proezas no campo de batalha.

Andromeda

Representação feminina em Mass Effect Andromeda

Mass Effect: Andromeda é um dos jogos em que é possível personalizar sua personagem, inclusive abrindo opções para escolha de cabelos “masculinos” para personagens femininas e vice-versa. Essa opção não estava no jogo base e foi acrescentada pelo estúdio para atender aos pedidos dos fãs. Nessa mesma atualização para o jogo, o estúdio ajustou a interação com uma personagem. Antes do patch, a personagem afirmava ser trans sem que Ryder ainda tivesse estabelecido uma relação de confiança, e isso foi criticado pela comunidade trans por falhar em demonstrar a complexidade da questão. Com a atualização, a personagem só revela sua identidade se Ryder estabelecer confiança com ela. A BioWare pediu desculpas pelo ocorrido:

Ao contrário dos outros jogos, o sexo de Ryder faz com que alguns diálogos sejam diferentes. No entanto, isso não significa que a Ryder seja menos respeitada do que seu irmão; apenas possuem posturas diferentes de encarar os acontecimentos. Ryder é colocada como alguém que está começando sua carreira e ainda não estabeleceu sua presença como FemShep – a versão feminina na trilogia inicial e que já era importante antes de a série começar.

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De certa forma, isso faz com que Ryder seja mais acessível e mais identificável para nossa geração. É interessante notar que existem outras personagens femininas importantes no jogo, com funções diversas, desde líderes de facções criminosas até figuras religiosas importantes. Em comparação com a trilogia anterior, temos mais personagens femininas em papéis de destaque e menos estereótipos femininos negativos (na trilogia inicial, uma das raças alienígenas, as Asari, eram exclusivamente fêmeas mas só eram consideradas maduras quando tinham filhas). No entanto, quase todas as mulheres humanas são brancas, demonstrando uma falha na representação de mulheres negras, latinas, de origem asiática e diversas etnias.

Andromeda

Assim como seus antecessores, Mass Effect: Andromeda: A possui várias opções de romance com o mesmo número de possibilidades para a versão feminina e masculina, mas vale ressaltar que alguns personagens só aceitam relacionamento romântico de um dos sexos. Essa foi outra opção dos desenvolvedores para individualizar os personagens.

Avaliação geral

Devemos admitir que Mass Effect: Andromeda pode ser uma decepção para quem esperava uma sequência da trilogia inicial, mas é importante notar que as expectativas eram elevadas pelo nome de peso da série. A versão de lançamento possuía glitches gráficos e bugs, mas os patches lançados desde então corrigiram os erros, além de melhorar a qualidade das animações. De forma geral, ME: Andromeda é um bom jogo para quem gosta de ficção científica, combate em terceira pessoa e RPG, além de personalizar sua história e relacionamentos.

Nota: 3/5 – se tiver em promoção, vale a pena, mas tem opções melhores no mercado.

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Já era interessada em ficção científica desde criança, tem um relacionamento recheado de idas e vindas com The Sims e é capaz de falar horas sobre Mass Effect. Quando não está ganhando mais troféus na PSN, pode ser encontrada com seu Kindle na mão.
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