Cyberpunk – Edgerunners: um espetáculo colorido e violento

Cyberpunk – Edgerunners: um espetáculo colorido e violento

Com dez episódios, Cyberpunk: Edgerunners apresenta a história de David Martinez, um garoto que cresceu nas ruas de Night City e precisa encontrar uma maneira de sobreviver na badalada cidade. Sem opções, ele resolve colocar tudo em risco, tornando-se um mercenário dentro de uma gangue poderosa e com outras figuras importantes para essa história.

A série animada da Netflix foi feita pelo Studio Trigger, que possui em seu catálogo obras como Kill la Kill, Darling in the Franxx e BNA: Brand New Animal, além de ser “100%” canônica dentro do cenário já apresentado pelo jogo, como afirmou o produtor Bartosz Sztybor. Por isso, se você já teve experiência com o jogo, você vai encontrar referências de personagens, locais, armas e demais possibilidades apresentadas pela CD Projekt Red.

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Todo o neon de Cyberpunk: Edgerunners

Lucy e David Martinez de "Cyberpunk: Edgerunners"
Lucy e David Martinez de “Cyberpunk: Edgerunners” | Imagem: Netflix

Muitas pessoas ficaram curiosas com a qualidade da série animada pelo fato de ela ter sido produzida pelo Studio Trigger, uma grande referência nas animações japonesas como podemos ver em BNA: Brand New Animal, Little Witch Academia e Promare. Com Cyberpunk: Edgerunners a experiência não foi diferente, pois o que podemos conferir é um grande espetáculo colorido e que abraça as características visuais mais importantes para esse tipo de distopia ficcional.

Todo o conjunto do audiovisual é maravilhoso, pois cada detalhe artístico busca a imersão que tivemos dentro do jogo sem perder completamente a fluidez de uma ação extremamente tecnológica. Os efeitos dramáticos do trabalho de um bom trilha-rede ou dos cromos que estão sendo ativados são formas de compreendermos como funciona o corpo de um mercenário – que precisa disso para sobreviver.

E mais: se estamos falando de mercenários em um ambiente capitalista e hostil, não podemos deixar de mencionar a violência. Tiros, bombas, socos e quaisquer outras agressões que você possa imaginar estão presentes em Cyberpunk: Edgerunners, tudo isso para dar vida à rotina exaustiva e perigosa dos nossos personagens. Ao mesmo tempo que essas cenas são chocantes, podemos ver que, conforme o tempo passa, elas são mostradas como apenas mais um dia de trabalho.

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Sonhos não se realizam em Night City

Cena do anime da Netflix, "Cyberpunk: Edgerunners"
Cena de “Cyberpunk: Edgerunners” | Imagem: Netflix

Apesar de ter uma animação colorida, bonita e violenta, Cyberpunk: Edgerunners é um anime que fala sobre uma cidade capitalista onde o dinheiro vale mais que a vida das pessoas. Se você não tem nome, um cargo importante ou conhece alguém, provavelmente Night City engoliria todos os seus sonhos de uma só vez. Aqui, para sobreviver, você tem sempre que pensar nos seus edinhos.

Por isso, podemos te garantir que a história que está sendo contada não é feliz. Viver em um ambiente como esse é uma bomba-relógio para a sua sanidade e você vai querer modificar quem você é para se encaixar em um grupo que te de estabilidade física, mental ou financeira.

Night City, portanto, é um exemplo de uma ótima distopia cyberpunk, pois ela explora o poder das megacorporações enquanto estão livres para fazer o que desejarem, mostrando que apenas pequenos momentos podem trazer felicidade para a vida de uma pessoa, mercenária ou não, como o caso de assistir uma neurodança.

Então, se você pensa que é divertido estar em um mundo tecnológico como esse, pode ser que Cyberpunk: Edgerunners te convença do contrário.

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Cyberpunk: Edgerunners e seus personagens marcantes

Lucy e David Martinez em Cybperunk: Edgerunners
Lucy e David Martinez em “Cybperunk: Edgerunners” | Imagem: Netflix

Além de uma animação bonita, o ponto mais alto de Cyberpunk: Edgerunners são seus personagens de características marcantes. Em uma cidade onde você pode modificar qualquer parte do seu corpo para ser quem você é, pessoas diferentes existirão e suas personalidades refletirão em suas formas de agir, roupas e cromos. E, olhando pelo lado bom, ser diferente é bastante importante, pois as gangues procuram pessoas que possam acrescentar suas habilidades aos seus times.

Então, o anime realiza essa tarefa muito bem: é fácil de entender como os personagens são, mesmo se não temos acesso ao seu passado, pois eles transmitem suas necessidades e capacidades de outras maneiras. Você pode ser uma trilha-rede, uma atiradora ou alguém que vai para o confronto corpo-a-corpo, mas, o fundamental é que você tem a sua própria forma de agir nessas situações.

Kiwi e Lucy são profissionais em cybertecnologia, invadindo a mente das pessoas se for preciso, mas cada uma tem a sua própria marca registrada. Assim como David, Rebecca, Dorio e Maine podem ir para outros tipos de combate, tendo cada um o seu croma especial que vai fazer a completa diferença para o grupo. E o melhor de tudo: o plano só pode dar certo porque cada um sabe como desempenhar o seu papel.

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E se você não viu ainda…

Se você ainda tem dúvidas sobre assistir Cyberpunk: Edgerunners mesmo depois desse texto, aproveite para conferir o trailer do anime e deixe-se levar pelo desejo de morrer de uma forma épica, fazendo com que todos se lembrem de você.

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Luiza ou Luluzinha tem 21 anos e está cursando Letras - Português na UFSC. É apaixonada por RPG de mesa, League of Legends e jogos independentes. Também nutre um pequeno vício por vídeos de bichinhos fofinhos.
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