Toda vez que as Princesas da Disney viram assunto em alguma discussão, são tidas como fracas ou danificadas em algum modo. Sempre fugindo, sempre dependendo do príncipe pra ser salva, se prendendo a relacionamentos abusivos (Alô, Bella!), se encaixando em situações diversas – e adversas – para serem, enfim, “felizes para sempre”.
O que ninguém nunca vê é que elas são sobreviventes. Neste texto a autora nos fala de como todas nós seríamos como a Sansa (de Game of Thrones) e o mesmo vale para as princesas. Nós fomos criadas para nos encaixar e nos submeter e se hoje nós podemos gritar que não queremos mais isso, num passado não muito distinto não era possível sequer sussurrar.
Então eu sinto muito em discordar da maioria (na verdade não sinto, não). As princesas, que se viam em situações de abuso por parte das temíveis madrastas (que foram ensinadas a competir com qualquer mulher à vista, inclusive as enteadas), encontraram uma salvação em sair daquela vida medíocre e dolorida que estavam e agarraram. Quem nunca, né nom?
A Branca de Neve era explorada sem cessar e teve que literalmente morrer para enfim conseguir sua liberdade. A Bella se agarrou à qualquer sinal de humanidade da Fera para suportar a prisão, isolamento, abusos psicológicos. A Cinderela, coitada, aceitou fugir com o primeiro que apareceu para não ter que lidar com a maldade da madrasta, das irmãs e de quem mais aparecesse. E se continuarmos listando vamos encontrar uma porção de motivos pelos quais elas se renderam à essas situações. Mas a verdade é: Elas são sobreviventes.
Por sorte estamos evoluindo e os autores, roteiristas, desenhistas também estão. Hoje temos representações melhores, mais fortes, com muito mais personalidade e menos interesse em casar para ser feliz. Acontece, que no caso das princesas clássicas, não era exatamente uma escolha. Elas não tinham um arco na mão para disputar a própria mão como a Merida, nem eram dotadas de poder como a Elsa.
É claro que acho esses arquétipos e estereótipos completamente nocivos à construção e amadurecimento das crianças, que são o público real dos Contos de Fada. Mas também acho que só gritar “Síndrome de Estocolmo, desliguem as televisões!” não é bem o caminho.