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CINEMA

[CINEMA] Troca de Rainhas: O tédio da monarquia europeia (crítica)

por Carol Lucena · 15 de agosto de 2018
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O ano é 1721. Para cessar anos de conflitos históricos entre França e Espanha, a monarquia de ambos os reinos envia suas princesas para casar com os herdeiros do trono. O problema é que todos os noivos envolvidos são crianças. Luis XV da França (11 anos) deverá se casar com Anna Maria Victoria da Espanha (4 anos!), e o príncipe Louis da Espanha (11 anos) com Louise-Elisabeth d’Orleans da França (12 anos).

Louise é uma adolescente rebelde, que não faz a menor questão de demonstrar interesse em seu papel social, e se recusa a participar dos rituais monárquicos ao chegar à Espanha. Já a pequena Anna Maria, apesar da pouca idade, é dedicada e obediente, mas isso não a impede de ser alvo de bullying por parte dos rapazes que andam sempre com o futuro rei da França. Ambos os meninos noivos são tímidos e assustados com seu papel real. Luis XV em particular é muito apegado à mãe e tem ciúmes da atenção que sua noivinha demanda dela.

Troca de Rainhas

Luis XV e sua mãe

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O filme contempla o cerceamento que o papel social monárquico impõe a essas crianças, aos olhos de hoje. Luis XV aprende aos poucos a se tornar frio e racional, com meros 15 anos. Já Louise e Louis, na Espanha, acabam descobrindo eventualmente o que é o afeto. Anna Maria, por ser muito pequena, acaba se relacionando mais com a avó de seu noivo, que a adota como protegida.

O problema de Troca de Rainhas é seu caráter contemplativo demais, e pouco narrativo. Os personagens não tem personalidades bem delineadas, sendo caracterizados por atributos simples (rebeldia, obediência, insegurança), e não desenvolvem nuances ao longo da história. Além disso, seus fracos arcos narrativos e a falta de vigor na interpretação dos atores faz com que tenhamos poucos motivos para empatizar com eles. A monarquia europeia nunca pareceu tão tediosa, mesmo com os luxuosos salões, jardins e banquetes.

Com essa abordagem “desromantizada”, talvez Troca de Rainhas estivesse tentando humanizar seus personagens, que por definição já são distantes da população em geral. Há também uma preocupação em mostrar minimamente os costumes daquela época, como a rainha defecando em plena mesa de jantar, em uma cadeira própria para isso, ou o constante temor à morte, decorrente das frequentes doenças contagiosas.

Entretanto, tudo o que Troca de Rainhas consegue exprimir é a dúvida sobre porque a monarquia existia, em primeiro lugar, se seus membros não eram felizes, e tampouco suas decisões se transformavam em benefício para a população sob seu jugo. O filme não oferece contexto suficiente sobre o período histórico em que se passa, e também não aborda a vida fora das duas famílias reais. Isso é prejudicial na medida em que pode ser difícil para pessoas que já não tenham o contexto histórico em suas mentes entenderem o peso social do papel monárquico. Louise, por exemplo, é quase retratada como uma adolescente contemporânea, com seus surtos de rebeldia que por vezes parecem anacrônicos.

Troca de Rainhas

A rebelde Louise-Elisabeth d’Orleans

Troca de Rainhas

A pequena Anna Maria Victoria

Apesar da parte técnica virtuosa, com belos figurinos e um bom trabalho de som, Troca de Rainhas é um filme com poucas qualidades. Talvez seu maior mérito seja o de desromantizar a monarquia e nos fazer agradecer pelas reformas políticas que viriam logo após, no final do século XVIII.

Troca de Rainhas estreia dia 16 de agosto nos cinemas.

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Carol Lucena

Cineasta, musicista e apaixonada por astronomia. Formada em Audiovisual, faz de tudo um pouco no cinema, mas sua paixão é direção de atores. Vocalista da banda Noite e compositora nas horas vagas. Também escreve sobre cinema em seu site Cine Medusa.

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