As melhores séries ou temporadas de 2022

As melhores séries ou temporadas de 2022

Entre Reino dos Sonhos, universos paralelos, questões existenciais, freiras que macetam demônios e o retorno da nossa Wandinha, confira nossa curadoria das melhores séries de 2022!

Ruptura – 1ª temporada

Escolhida por Elisa Guimarães

Quando ouvimos a palavra distopia, logo pensamos em Estados totalitários no melhor (ou pior) estilo 1984, O Conto da Aia ou Jogos Vorazes. Nesse contexto, Ruptura inova ao imaginar uma distopia corporativa em que trabalhadores são estimulados a compartimentar seus cérebros, separando totalmente a vida pessoal da profissional. 

O procedimento, conhecido como ruptura, cria toda uma nova classe explorada, constituída por “personas de trabalho” que não têm um dia de descanso na vida. Adam Scott estrela como Mark S., líder de uma equipe de gerenciamento de dados da farmacêutica (?) Lumon que começa a questionar quais são os reais interesses da empresa. 

Engraçada, visceral e extremamente tensa, a série da Apple TV+ leva a cultura corporativa ao limite do absurdo. A cada nova bizarrice da misteriosa Lumon, Ruptura chama atenção para o ridículo de coisas como discursos motivacionais de LinkedIn e fandoms de CEOs.

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Sandman – 1ª temporada

Escolhida por Milena Machado

A tão aguardada adaptação live action de Sandman, do autor Neil Gaiman, chega 34 anos depois da publicação da primeira HQ e se tornou um dos maiores sucessos da história da Netflix.

A série entregou qualidade e fidelidade à HQ, gerando uma enorme aclamação dos fãs mais fiéis e também daqueles que nunca tiveram contato com as aventuras de Morpheus (Tom Sturridge) e com o Reino dos Sonhos. 

O ponto alto da série é o elenco. Cada ator parece ter nascido para interpretar seu personagem, é como se eles tivessem sido arrancados das páginas da HQ para a vida real. Destaque para as atuações de Tom Sturridge como Morpheus, Kirby Howell-Baptiste como Morte e Boyd Holbrook como Coríntio. 

Para a alegria dos góticos de plantão, a série foi renovada para uma segunda temporada, com um anúncio em vídeo da Netflix dizendo que “o sonho continua”. Estamos todos aguardando ansiosamente a continuação desse sonho. 

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Stranger Things  – 4ª temporada

Escolhida por Laís Fernandes

A espera por uma nova temporada de Stranger Things finalmente teve fim! Eleven (Millie Bobby Brown) volta com tudo nesta 4ª temporada para enfrentar mais uma vez um vilão do Mundo Invertido e, desta vez, o maior e mais perigoso deles: Vecna (Jamie Campbell Bower), personagem que tem seu nome emprestado do vilão do jogo de RPG Dungeons & Dragons, se alimenta das mentes dos adolescentes fragilizados de Hawkins, os atormentando e dilacerando de dentro para fora. 

Não demora muito para que o grupo da protagonista também seja atingido por esta ameaça, sendo Max (Sadie Sink) o alvo preferido de Vecna, uma vez que após a morte do irmão, Billy (Dacre Montgomery), a garota se afundou em uma depressão profunda, afastando-se dos amigos e do namorado, Lucas (Caleb McLaughlin). O grupo terá de unir forças para que o mal não se instaure na cidadezinha e leve consigo a tão querida personagem.

Com sequências de tirar o fôlego, novos personagens cativantes, momentos angustiantes e uma trilha sonora impecável, Stranger Things apresenta sua melhor e mais madura temporada até então, não poupando o terror característico, que aqui escala para níveis inimagináveis. 

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Undone – 2ª temporada

Escolhida por Julia Bueno

Em seu segundo ano, a série estadunidense Undone surpreende positivamente, principalmente por se provar ainda melhor que sua primeira temporada. Diferentemente do primeiro ano, que possuía um apelo maior para a ficção científica, a segunda temporada foca mais no melodrama presente na família da protagonista, Alma.

Um dos grandes trunfos está na forma em como o roteiro explora questões existenciais. Com direito a indagações acerca do uso da viagem no tempo para se curar traumas e decepções. Além de reflexões sobre o quanto o passado afeta a forma que cada personagem age, proporcionando um maior entendimento sobre cada um deles.  

As atuações continuam magníficas, com destaque para a protagonista interpretada por Rosa Salazar e para Bob Odenkirk interpretando Jacob, o pai de Alma, que tem um papel mais presente. Outro grande destaque é a forma na qual a série trata sobre transtornos mentais, mostrando-se uma série que une sensibilidade e criatividade.

Heartstopper – 1ª temporada

Escolhida por Julia Bueno

Derivada de uma famosa webcomic ilustrada e escrita por Alice Oseman, a adaptação televisiva de Heartstopper foi uma das séries mais aguardadas do ano e cumpriu com as expectativas geradas. 

Na trama, dois adolescentes, Nick (Kit Connor) e Charlie (Joe Locke), passam a ter aulas juntos, e rapidamente se tornam amigos e se envolvem em um romance. 

Na adaptação é extraído tudo o que há de melhor dos quadrinhos, como o bom uso de clichês sobre as descobertas da adolescência, como aquele frio na barriga diante do primeiro amor, mas em um ponto de vista de um protagonista gay. Além disso, a obra não ridiculariza ou estereotipa os personagens devido a sua orientação sexual

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Um dos pontos mais interessantes em comparação aos quadrinhos é que na série foram exploradas camadas de diferentes personagens, como a amiga de Charlie, Elle. Interpreta pela excelente Yasmin Finney, a personagem é uma garota trans que vive o drama de precisar adentrar em um novo ambiente.

Com leveza e delicadeza Heartstopper conquistou a maioria do público e felizmente foi renovada para uma segunda temporada.

Only Murders in The Building – 2ª temporada

Escolhida por Elisa Silveira 

Ao retornar para sua segunda temporada, Only Murders in The Building, disponível no Star+, traz de volta o ótimo trio Steve Martin, Martin Short e Selena Gomez como Charles, Oliver e Mabel. Em seu retorno, há um novo assassinato no edifício Arcônia e, dessa vez, Mabel é a suspeita! 

A série se mantém leve, divertida e propõe uma reflexão sobre o consumo de true crime e podcasts, além de falar das relações pessoais nas cidades grandes contemplando sua complexidade. 

Ela consegue manter a qualidade na segunsa temporada, ainda que inove pouco na resolução dos conflitos. Assim, mesmo repetitiva em certos pontos, os arcos se cruzam, se influenciam e se concluem. O tom da série e sua estética ainda contribuem para sua leveza e conforto. Only Murders in The Building é, no geral, uma ótima pedida para quem busca um cozy mystery.

Warrior Nun – 2ª temporada

Escolhida por Tessa Olivier

Desde a estreia de sua primeira temporada em 2020, Warrior Nun deu um salto gigantesco na segunda temporada, em questão de qualidade, atuações, enredo, fotografia, efeitos especiais e coreografia de lutas. 

Ava Silva (Alba Batista) assume definitivamente seu cargo de Irmã Guerreira, motivada a derrotar Adriel (William Miller) e seu Primogênitos, os fanáticos que estão se alastrando pelo mundo. Mais confiante nas lutas e nos poderes do halo, Ava quer derrotar o anjo do mal para garantir que mais nenhuma de suas irmãs de ordem percam a vida em batalha. 

Um destaque desta temporada é a evolução da relação entre Ava e a Irmã Beatrice (Kristina Tonreri-Young), em que rolou um pequeno clima na temporada anterior e recebeu mais atenção nesta. 

A temporada tem estado no Top 10 mundial na Netflix, com 100% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes. Tomara que a 3ª temporada seja renovada!

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Wandinha – 1ª temporada 

Escolhida por Juliana Trevisan

Wandinha é, sem dúvidas, a série do momento. Seu impacto está refletido no número de países em que a série está em primeiro lugar, além do número de seguidores que a protagonista Jenna Ortega ganha diariamente nas redes sociais, por exemplo. A atriz inclusive veio para a CCXP no Brasil. 

A atenção voltada à Wandinha é merecida, afinal, a série tem muitos elementos para ser considerada uma das melhores do ano: elenco jovem e competente, junto de nomes renomados e queridos como Catherine Zeta-Jones e Gwendoline Christie (Sandman); direção de Tim Burton na maioria dos episódios; referências à Família Addams original e a outros filmes de terror como Carrie, A Estranha; ambientação com muitas inspirações da arquitetura gótica, criando uma aura sombria; protagonista que começa confiante e sarcástica e segue assim até o fim; além de amizades e rebeldias adolescentes. 

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Toda essa mistura dá um tom atual e místico a série e ainda a torna especial por promover um mundo onde é possível existir vampiros, lobisomens, sereias, videntes e monstros. Enfim, uma infinidade de seres diferentes e até excluídos por uns, mas que unidos transformam e salvam a cidade. Ou seja, uma ótima metáfora para as comunidades minoritárias.

House of the Dragon – 1ª temporada

Escolhida por Flávia Azolin

Esse ano, o universo de Game of Thrones fez o seu retorno triunfal com a série House of the Dragon, que se propõe a narrar os acontecimentos da Dança dos Dragões, uma guerra civil travada pela família Targaryen, onde o prêmio principal é, como sempre, o trono de ferro de Westeros e o governo dos sete reinos. 

Situada quase dois séculos antes dos eventos de Game of Thrones, a primeira temporada revelou como foram plantadas algumas das sementes que desabrocharam na guerra civil. Detentores de um dos maiores poderes (senão o maior poder) de Westeros, só um inimigo seria capaz de derrubar os senhores de dragões – os próprios Targaryen. 

Dessa vez, no entanto, o conflito gira ao redor da questão de gênero no direito à sucessão. Tendo sido nomeada herdeira legítima do trono de ferro, a princesa Rhaenyra Targaryen e seus apoiadores precisam enfrentar a oposição, que defende que uma mulher não tem o direito de ser rainha. 

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Ao mesmo tempo, os roteiristas e diretores da série precisam abraçar a missão de não cometerem os mesmos erros de seus antecessores quando se trata de representatividade nas telas. Apesar da oscilação provocada por visões diferentes, que resultaram em muitas controvérsias, House of the Dragon continua sendo uma das séries mais impactantes e promissoras do ano.

A premissa, os personagens, as atuações e demais elementos permanecem mantendo o espectador cativo, tomando partido em favor de seu lado favorito da guerra, argumentando, debatendo e aguardando ansiosamente o próximo passo (ou vôo) desse universo. 

Se há dúvida em Westeros sobre quem seria o melhor sucessor para o rei Viserys I, quando se trata de Game of Thrones, a questão da sucessão já foi resolvida!

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