5 vozes femininas do rock alternativo para descobrir e se apaixonar!

5 vozes femininas do rock alternativo para descobrir e se apaixonar!

A música, assim como tudo nesse planeta, foi por muito tempo inundada por vozes masculinas que alcançaram o mainstream com muita facilidade. Mas todo mundo sabe que as vozes e melodias criadas por mulheres fazem parte dessa história.

As mulheres inventaram o rock!

O rock, um nicho tão ocupado por homens, também deve sua existência à uma mulher! Conhece a Sister Rosetta Tharpe? Ela foi a primeira pessoa a usar uma guitarra elétrica para criar novos ritmos. A partir daí, a gente só cresceu!

Stevie Nicks, Kim Gordon, Patti Smith, PJ Harvey, Joan Jett e tantas outras marcaram gerações de ouvintes e fãs dos diversos subgêneros do rock n roll. E aqui no Brasil, todo mundo ouviu Pitty e Rita Lee!

A lista de vozes femininas na música é super extensa, e existem várias bandas legais com vocalistas e integrantes mulheres para conhecer nesse mundão (não só nos Estados Unidos!)

Confira cinco bandas femininas do rock alternativo para você conhecer e se apaixonar!

1 – PlumTree

As integrantes da Plumtree, a primeira indicação da lista de bandas femininas do rock alternativo para conhecer
As integrantes do Plumtree, a banda de ensino médio que chegou lá! | Foto: divulgação

Canadá, década de 90, algumas amigas resolvem se juntar para tocar juntas durante o ensino médio e…BOOOM! Estouram com sua primeira demo.

A banda, que não seguiu sua formação original, estourou com os seguintes nomes: Lynette Gillis (que tinha apenas 14 anos!) na bateria, Carla Gillis e Amanda Braden na guitarra e nos vocais, e Catriona Sturton no baixo.

As garotas de Halifax lançaram seu primeiro álbum em 1995, o Mass Teen Fainting, e depois apenas mais dois lançamentos surgiram: o Predicts The Future, em 1997, onde o hit Scott Pilgrim aparece, e o This Day Won’t Last At All, em 2000. No mesmo ano de seu último lançamento, o grupo se desfez após uma pequena turnê no Canadá.

Elas realizaram o sonho de muitas adolescentes que sempre quiseram formar uma banda durante essa fase!

Fica de indicação o primeiro álbum do grupo, ouça e se divirta com o som indie rock que fala de assuntos juvenis de forma super descontraída!

2 – Siouxsie and the Banshees

Siouxsie and the Banshees não poderia ficar de fora das indicações de rock alternativo com vocal feminino!
Siouxsie and the Banshees não poderia ficar de fora! | Getty Images

A explosão da cultura gótica se deve a essa moça cheia de atitude: a Siouxsie Sioux, vocalista que deu início à banda que nomeia, lá em Londres em 1976. Sua música é como uma mãe para o post punk e o new wave, e influenciou várias outras bandas super conhecidas como The Cure e Joy Division.

Foram 20 anos de existência da banda, que se separou em 1996, mas que deixou um legado enorme na música e no comportamento dos jovens do final do século XX. O primeiro single, Hong Kong Garden, alcançou o top 10 britânico, e desde então foi só sucesso.

Siouxsie, com seu marcante estilo gótico, maquiagens pesadas e atitude inovadora, conquistou seu espaço no mundo da música. Além dos Banshees, a musa também integrou o grupo The Creatures e tentou carreira solo, além de vários projetos com artistas renomados.

Fica de indicação o primeiro álbum da banda, The Scream, de 1978, e Juju, de 1981.

3 – Mass of the Fermenting Dregs

Mass of the Fermenting Dregs traz estilo e originalidade do J-rock!
Todo o estilo e originalidade do J-rock! | Foto: divulgação

Mas nem só de inglês vive a música, né? Então aqui vai uma super banda lá do Japão!

Mass of the Fermenting Dregs, ou apenas Masu Dore, é uma banda formada em 2002 na cidade de Kobe. Seu som post hardcore e shoegaze é a cara dos anos 2000 e 2010, e anima qualquer pessoa! Sabe aquela música que te faz parecer protagonista de filme? Masu Dore tem várias!

Inicialmente era formada apenas por garotas, mas com o tempo algumas reformulações na formação aconteceram, e chegaram até a se desfazer durante alguns anos. Atualmente, a banda toca com a vocalista original, Natsuko Miyamoto, que possui uma voz digna do j-rock.

Para conhecer melhor o grupo, a indicação é o EP de 2009, World is Yours – uma das capas mais legais dessa lista!

4 – Aterciopelados

Vocalista Andrea Echeverri, da banda Aterciopelados.
Aquele estilo da rockeira latinoamericana que a gente conhece bem, né? | Acervo Andrea Echeverri

Agora, chegando próximo ao Brasil, que tal curtir um som colombiano?

O grupo Aterciopelados, formado em Bogotá em meados dos anos 90, conta com os vocais de Andrea Echeverri e arrebenta com um mix de sons latinos e hardcore. Essa mistura é até difícil de imaginar, né?

Andrea possui vocais e performances estilosas e originais, e seu visual é memorável. O duo foi considerado um dos grupos mais influentes do rock fora dos Estados Unidos, e levou os ritmos originais de sua terra aos ouvidos da juventude punk de fora da Colômbia.

Para conhecer melhor, a indicação é o álbum El Dorado, lançado em 1995, onde surgiu o sucesso Florecita Rockera, um dos maiores hits da banda, mas todos os álbuns são incríveis e vale a pena explorar mais!

5 – Bulimia

Quase todas as fotos da Bulimia são assim, de shows. Bem punk, né? |  Acervo Bulimia

E para fechar com chave de ouro…elas, que mandaram a visão logo cedo: punk rock não é só pro seu namorado!

A banda Bulimia, formada em Brasília no final da década de 1990, surgiu como um protesto contra a cultura patriarcal e machista que existia de forma escancarada em casa, nas universidades e, claro, na cena musical.

O grupo era formado por Iéri no vocal, Bianca que também cantava e arrasava na guitarra, Silvia e Naiana que revezavam entre guitarra e baixo, e Berila, a baterista. As garotas queriam politizar a cena musical da época, mostrar que o punk também era espaço para mulheres e que era importante sim falar sobre o machismo que as rondavam.

Trazer assuntos como a sexualização e exploração do corpo da mulher e a opressão patriarcal para dentro da cena punk brasileira dos anos 90, foi essencial para o crescimento do grupo e também o surgimento de diversas outras bandas femininas de rock da época e das décadas seguintes. Não teríamos hoje Charlotte Matou um Cara ou Demonia, bandas que sofreram influência clara da Bulimia e que arrebentam na cena punk atual.

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A primeira aparição de Bulimia foi em 1998, com sua demo que, no ano seguinte, se tornaria o álbum Se julgar incapaz foi o pior erro que cometeu. O grupo durou apenas três anos e possui um final trágico, com a morte acidental de Berila, em 2001.

Apesar de sua vida curta, a Bulimia deixou um legado na música brasileira, uma das maiores bandas punks da América Latina. Com letras que enfrentavam o Estado e o patriarcado sem medo, encorajavam outras mulheres a seguir seus sonhos e vontades, e acolhiam minorias que antes eram deixadas de fora da cena.

A recomendação é o único álbum lançado por elas, mas tem muita coisa nova bem legal para explorar por aí também!

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Ouça mulheres, conheça vozes femininas interessantes, saia da mesmice! Punk rock não é só pro seu namorado, nem hardcore, nem metal, nem hip hop, e por aí vai.

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Baiana, graduanda em Jornalismo pela UFSJ. Apaixonada por cinema, exploradora de gêneros musicais esquisitos e leitora de clássicos russos nas horas vagas.
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