Mathilde (Lou de Laâge) é uma médica em um posto francês da Cruz Vermelha na Polônia, durante o fim da Segunda Guerra Mundial. Em um dia de serviço, ela recebe a inusitada visita de um freira ansiando por ajuda. Sem entender muito o idioma, a médica ignora primeiramente o pedido, mas ao ver a insistência da irmã, acaba por segui-la até um convento próximo.
Não contém spoiler
Lá, a médica encontra uma das irmãs em trabalho de parto, e logo descobre que mais seis encontram-se em gestação. Antes que pensem ser uma história sobre quebra de castidade, devo alertar que a gravidez (e em alguns casos, a sífilis), ocorreu após uma onda de estupro no convento por soldados russos.
Secretamente, Mathilde passa a ajudar as freiras, física e psicologicamente, mesmo com as diversas barreiras impostas pela prática religiosa delas.
Dirigido por Anne Fontaine, e lançado neste ano (2016), a produção é baseado em história real, a partir dos diários da doutora. E mais do que sobre estupro, o filme trata muito sobre o conflito interno das freiras após passarem por este terrível incidente. Elas se sentem desoladas e começam a questionar sua fé.
A diretora consegue retratar muito bem todos esses fatores, e com grande delicadeza. Vamos aos poucos adentrando na rotina dessas mulheres, conhecendo seus medos e crenças, o que as move. Além, é claro, do grande contraste entre as irmãs do convento e a médica ateia Mathilde.
É uma ótima experiência cinematográfica, vale a pena conferir.
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