18 dicas de livros para pensar sobre feminismo

18 dicas de livros para pensar sobre feminismo

Trouxemos mais dicas de alguns livros que discutem o papel imposto e cobrado da mulher na sociedade, desconstruindo a nocividade do machismo e propondo uma reflexão sobre o mundo patriarcal ao qual as mulheres vivem. É uma lista que propõe a reflexão do feminismo a partir de obras ficcionais, teóricas, e as que relatam acontecimentos históricos. 

Olympe de Gouges

Sinopse: A história de uma mulher forte e corajosa durante a revolução francesa. Em Montauban de 1748 nasce Marie Gouze, criada sob as convenções da França setecentista. Aos 18 anos, mãe e viúva, se vê livre para expressar suas ideias e adota o pseudônimo Olympe de Gouges. Anos depois se muda para Paris, onde participará ativamente da vida política e cultural. Fiel leitora de Rousseau, inspirada pelas ideias libertárias da França pré-revolucionária,  Olympe se dedica intensamente à escrita – atividade que levaria até os últimos dias de sua vida e que a causaria muitos problemas. Conquistou inimizades e escandalizou os mais conservadores, porém jamais deixou de defender seus ideais libertários. Em 1791 redigiu a “Declaração dos direitos da mulher e da cidadã” reivindicando a igualdade entre os sexos e o direito ao voto. Com muita beleza, esta graphic novel conta a trajetória de uma mulher que carimbou seu nome na história da Revolução Francesa.

Leia nossa resenha da graphic novel aqui.

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História das Mulheres no Brasil

Sinopse: Conta a trajetória das mulheres, do Brasil colonial a nossos dias, voltando-se a todos os tipos de leitores e leitoras: adultos e jovens, especialistas e curiosos, estudantes e professores, arrastando-os numa viagem através dos tempos. Obra organizada por Mary Del Priore – da qual participam duas dezenas de historiadores além da consagrada escritora Lygia Fagundes Telles – mostra como nasciam, viviam e morriam as brasileiras no passado e o mundo material e simbólico que as cercavam. Percebendo a história das mulheres como algo que envolve também a história das famílias, do trabalho, da mídia, da literatura, da sexualidade, da violência, dos sentimentos e das representações, o livro abarca os mais diferentes espaços (campo e cidade, norte e sul do país) e extratos sociais (escravas, operárias, sinhazinhas, burguesas, donas de casa, professoras, bóias-frias). Também não se contenta em apenas de separar as vitórias e as derrotas das mulheres, mas derruba mitos, encoraja debates, estimula a reflexão e coloca a questão feminina na ordem do dia.

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Capitolina – O Poder das Garotas

Sinopse: Textos escritos e ilustrados por garotas que buscam representar todas as jovens, inclusive as que não se encaixam nos moldes tradicionais da adolescência. A revista online Capitolina surgiu em 2014 como uma alternativa à mídia tradicional voltada ao público feminino adolescente. Sua proposta é criar um conteúdo colaborativo, inclusivo e livre de preconceitos, abordando temas como relacionamentos, feminismo, cinema, moda, games, viagens e muito mais. Esta edição reúne os melhores textos publicados em um ano de revista, além de vários artigos inéditos e atividades interativas, para que cada leitora também ajude a construir o livro. As jovens vão encontrar conselhos, dicas, reflexões, muito apoio e, principalmente, a sensação de que não estão sozinhas.

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A Guerra não Tem Rosto de Mulher

Sinopse: A história das guerras costuma ser contada sob o ponto de vista masculino: soldados e generais, algozes e libertadores. Trata-se, porém, de um equívoco e de uma injustiça. Se em muitos conflitos as mulheres ficaram na retaguarda, em outros estiveram na linha de frente. É esse capítulo de bravura feminina que Svetlana Aleksiévitch reconstrói neste livro absolutamente apaixonante e forte. Quase um milhão de mulheres lutaram no Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial, mas a sua história nunca foi contada. Svetlana Alexiévitch deixa que as vozes dessas mulheres ressoem de forma angustiante e arrebatadora, em memórias que evocam frio, fome, violência sexual e a sombra onipresente da morte.

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Profissões Para Mulheres e Outros Artigos Feministas

Sinopse: Profissões para mulheres e outros artigos feministas reúne sete ensaios de Virginia Woolf, nos quais ela questiona a visão tradicional da mulher como “anjo do lar” e expõe as dificuldades da inserção feminina no mundo profissional e intelectual da época. Numa era em que o papel da mulher modifica-se cada vez mais rapidamente, as críticas e reflexões de Virginia mostram que a autora estava à frente de seu tempo. Uma das romancistas mais inovadoras da literatura inglesa, Virginia Woolf (1882-1941) notabilizou-se também como uma das precursoras do feminismo contemporâneo. Além dos seus clássicos modernistas “Mrs. Dalloway” e “Rumo ao farol”, escreveu artigos nos quais explorou sem igual a questão da mulher e seu papel em uma sociedade dominada por homens, ideias que ajudaram a pavimentar o caminho do movimento feminista.

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Infiel

Sinopse: Em “Infiel”, sua autobiografia precoce, Ayaan, aos 37 anos, narra a impressionante trajetória de sua vida, desde a infância tradicional muçulmana na Somália, até o despertar intelectual na Holanda e a existência cercada de guarda-costas no Ocidente. Obrigada a frequentar escolas em muitas línguas diferentes e a conviver com costumes que iam do rigor muçulmano da Arábia (onde as mulheres não saíam à rua sem a companhia de um homem) à mistura cultural do Quênia, a adolescente Ayaan chegou a aderir ao fundamentalismo islâmico como forma de manter sua identidade. Mas a guerra fratricida entre os clãs da Somália e a perspectiva de ser obrigada a casar com um desconhecido escolhido por seu pai, conforme uma tradição que ela questionava, mudaram a sua vida e ela acabou fugindo e se exilando na Holanda. Ayaan descobre então os valores ocidentais iluministas da liberdade, igualdade e democracia liberal, e passa a adotar uma visão cada vez mais crítica do islamismo ortodoxo, concentrando-se especialmente na situação de opressão e violência contra a mulher na sociedade muçulmana.

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Missoula

Sinopse: Missoula, em Montana, é uma típica cidade universitária americana. Para quem vê de fora, o local é algo idílico. No entanto, entre 2008 e 2012, o departamento de justiça americano investigou 350 acusações de agressão sexual na cidade, muitas perpetradas pelos jogadores do time local de futebol americano, idolatrados pela população. Neste livro assombroso, Jon Krakauer rompe o silêncio e mostra todo o drama que vivem essas mulheres. Numa investigação minuciosa, com ares de thriller jurídico, ele revela o tecido social e político que abafa esses casos. De forma corajosa, Krakauer questiona o sistema educacional e os caminhos legais que permitem essa epidemia de violência sexual.

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As Boas Mulheres da China

Sinopse: Entre 1989 e 1997, a jornalista Xinran entrevistou mulheres de diferentes idades e condições sociais, a fim de compreender a condição feminina na China moderna. Seu programa de rádio, Palavras na brisa noturna , discutia questões sobre as quais poucos ousavam falar, como vida íntima, violência familiar, opressão e homossexualismo. De forma cautelosa e paciente, Xinran colheu inúmeros relatos de mulheres em que predomina a memória da humilhação e do abandono: estupros, casamentos forçados, desilusões amorosas, miséria e preconceito. Quando Xinran começou suas entrevistas, o peso de tradições antigas e as décadas de totalitarismo político e repressão sexual tornavam muito difícil o acesso à intimidade da mulher chinesa. O programa apresentado por Xinran era um dos poucos espaços em que as pessoas podiam desabafar e falar de seus problemas pessoais.

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Mulheres, Raça e Classe

Sinopse: Mais importante obra de Angela Davis, “Mulheres, Raça e Classe” traça um poderoso panorama histórico e crítico das imbricações entre a luta anticapitalista, a luta feminista, a luta antirracista e a luta antiescravagista, passando pelos dilemas contemporâneos da mulher. O livro é considerado um clássico sobre a interseccionalidade de gênero, raça e classe. 

A perspectiva adotada por Davis realça o mérito do livro: desloca olhares viciados sobre o tema em tela e atribui centralidade ao papel das mulheres negras na luta contra as explorações que se perpetuam no presente, reelaborando-se. O reexame operado pela escrita dessa ativista mundialmente conhecida é indispensável para a compreensão da realidade do nosso país, pois reforça a práxis do feminismo negro brasileiro, segundo o qual a inobservância do lugar das mulheres negras nas ideias e projetos que pensaram e pensam o Brasil vem adiando diagnósticos mais precisos sobre desigualdade, discriminação, pobreza, entre outras variáveis. Grande parte da nossa tradição teórica e política (Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda, para ficarmos em poucos exemplos) insiste em confinar as questões aqui tratadas por Davis na esfera privada, como se apenas desta proviesse sua solução.

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As Mulheres, o Estado e a Revolução

Sinopse: O livro retrata as grandes experiências da libertação da mulher e do amor livre na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) depois da Revolução – e por que falharam, quando entrou em cena a burocracia stalinista. Seu tema é a difícil relação entre vida material e belos ideais, afirma Goldman. O livro examina as condições materiais da União Soviética logo após a Revolução e explora questionamentos relevantes para qualquer movimento social – quando um novo mundo poderá ser criado? Quais são as condições necessárias para se realizar ideais revolucionários? É possível que se crie total liberdade sexual para homens e mulheres sob condições de desemprego, discriminação e persistência de atitudes patriarcais? O que podemos apreender dessa experiência, depois da Revolução Russa? Combinando história política e social, o livro recupera não apenas as lições discutidas por juristas e revolucionários, mas também as lutas diárias e ideias de mulheres trabalhadoras e camponesas.

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Mulheres no Poder. Trajetórias na Política a Partir da Luta das Sufragistas do Brasil

Sinopse: Mulheres no poder resgata a participação e a presença das mulheres no âmbito da política – um espaço de poder historicamente ocupado por homens. Trata-se de uma obra de referência, que apresenta a trajetória de mulheres, de nosso país e nossa história, que lutaram pela conquista do voto, que ousaram se candidatar e que ocuparam cargos no âmbito do Legislativo federal, no Executivo e Judiciário, abrindo novos caminhos para as mulheres brasileiras.

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Nova História das Mulheres no Brasil

Sinopse: O que aconteceu com as mulheres no século XX e o que está acontecendo no XXI? Essas são questões que as autoras– pesquisadoras das áreas de História, Ciências Sociais, Educação e Direito, de todo o Brasil – respondem neste livro. Então, é uma obra de especialistas, feita para a universidade? Nada disso. Ou melhor, sim, mas não apenas. Destina-se a homens e mulheres que acreditam que compreender as relações sociais por meio da História contribui para melhorar o entendimento entre as pessoas. Estudantes, professores e pesquisadores se beneficiam de uma obra abrangente e atualizada sobre o assunto. Responsáveis por políticas públicas encontram aqui material para ajudar a executá-las. Ativistas, militantes de movimentos sociais, feministas e ONGs podem, com este livro, alicerçar melhor suas demandas. Jornalistas e profissionais das áreas do Direito, Saúde e Educação ganham subsídios para desenvolver com mais qualidade o seu trabalho. Um livro para todos os públicos.

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Brasileiras Guerreiras da Paz. Projeto 1000 Mulheres

Sinopse: Tudo é pioneiro nesta obra – a ideia original do Projeto 1000 Mulheres, a envergadura mundial que adquiriu, a complexidade do trabalho de seleção das mulheres aqui perfiladas, o painel final deste Brasil de ação feminina. 1000 Mulheres nasceu na Suíça com recursos espartanos e ambição planetária: mapear 153 países e neles identificar um total de 1000 mulheres engajadas na luta por um mundo mais justo. Entre as coordenadoras convocadas para dar forma ao projeto, a brasileira Clara Charf, veterana de todas as grandes causas sociais brasileiras dos últimos 60 anos. Do total de 1000 nomes, ao Brasil coube uma cota de 52, proporcional à sua população. E a teia feminina se pôs em marcha, garimpando em todos os estados, investigando o amplo leque da ação transformadora da mulher. Brotou um Brasil vibrante, comovente, engajado. Dificilmente haverá unanimidade em torno dos 52 nomes. Nem poderia haver. Felizmente o leque de brasileiras anônimas ou notáveis que atuam por um país mais justo não cabe em um livro.

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Má Feminista. Ensaios Provocativos de Uma Ativista Desastrosa

Sinopse: Nesta seleção de ensaios engraçados e perspicazes, Roxane Gay nos leva a uma viagem sobre sua própria evolução como mulher negra, ao mesmo tempo em que nos transporta a um passeio pela cultura nos últimos anos. O retrato que emerge não é apenas o de uma mulher incrivelmente sagaz em contínuo crescimento para compreender a si mesma e à nossa sociedade, mas também o espelho de nós mesmos. Gay fomenta um debate ácido e cômico sobre o feminismo atual – e suas contradições –, política, racismo, violência, transitando entre a cultura pop e a análise crítica. Má feminista é um olhar afiado, e nos alerta, acima de tudo, para a maneira pela qual a cultura que nos envolve torna-nos quem somos.

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História da Virgindade

Sinopse: Será que a virgindade “já era” mesmo? Em nosso tempo de sexualidade triunfante, a virgindade parece ter perdido, no Ocidente, todo o significado e valor. Nesta obra, a historiadora francesa Yvonne Knibiehler mostra, dentro de uma perspectiva histórica, que não é bem assim, uma vez que a virgindade ainda é moeda de troca em muitos grupos sociais e religiosos.

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Memórias de Uma Beatnik 

Sinopse: O movimento beatnik através de uma de suas representantes, Diane di Prima. A autora publicou o livro em 1969 e narra suas experiências como mulher dentro do movimento beatnik, com relatos sobre sexo, drogas e críticas sobre a próprio movimento.

O site Nó de Oito fez um ótimo texto mencionando a obra e descrevendo outras representantes mulheres do movimento beatnik aqui

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A Mulher Desiludida

Sinopse: Em “A mulher desiludida”, temos a reunião de três contos: “A idade da discrição”, “Monólogo” e “A mulher desiludida”. São três histórias distintas, independentes. Na primeira, um casal de intelectuais de esquerda se vê em conflito com as posições cada vez mais conservadoras do filho, o que se pode ver como prenúncio do choque de gerações de Maio de 68. Na segunda se dá o monólogo de uma mulher angustiada e fora de si, após dois casamentos fracassados e o suicídio da própria filha. A última história trata do desmoronamento da vida de uma mulher abandonada pelo marido e desprezada pelas filhas. Indo do envelhecimento, passando pela solidão e culminando no abandono dos entes queridos, os contos refletem sobre a condição da mulher e seu papel na sociedade.

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Coisa de Menina

Sinopse: O que é coisa de menina? Oras, isso é algo que toda menina (e todo menino) deveria saber muito bem. Afinal, é na infância que a gente percebe que não existe regra e que todo mundo pode tudo: tem menino que gosta de brincar de casinha, tem menina que gosta de construir foguete. Por que, então, temos que nos adaptar a certos padrões de comportamento? Por que ainda dizem por aí que certas coisas não são apropriadas para mulheres? Este livro é para todos aqueles que acreditam na liberdade como a melhor escolha — e que têm certeza que meninas fizeram, fazem e farão muito mais.

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A primeira parte da lista você pode ver aqui.

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Fundadora e editora do Delirium Nerd. Apaixonada por gatos, cinema do oriente médio, quadrinhos e animações japonesas.
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