Todo mundo que estava organizando seu cronograma de séries para começar a ver The Defenders, se deparou com o mesmo dilema: assistir ou não assistir Punho de Ferro? A série, produzida pela Netflix, morreu antes mesmo do lançamento. Não entusiasmou praticamente ninguém e isso não se deu apenas pelo desconhecimento geral do personagem principal. Ela simplesmente não conseguiu se vender.
Um tempo depois de seu lançamento na Netflix, vieram as enxurradas de críticas negativas e então, R.I.P Punho de Ferro. No entanto, ela sequer faria diferença na vida de quem está acompanhando Jessica Jones, Luke Cage e Daredavil se não fosse por um único motivo: sem o Punho de Ferro, eles não seriam The Defenders.
Logo, tornou-se meio que mandatório assistir a todas as séries para poder, então, cair nas graças de The Defenders – ou para ao menos não ficar “boiando” com algumas referências. Principalmente depois da 3ª temporada de Daredevil, onde nos deparamos com o implacável vilão, ou melhor, organização criminosa, conhecida como The Hand (O Tentáculo). Isso sem falar que, se depois de Jessica Jones, Luke Cage foi bom, Daredavil foi implacável.
Então, imagine sair de uma série de 3 temporadas sensacionais, com vilões e personagens bem construídos e cair no abismo que é Punho de Ferro. Uma série fraca, com atuações piores ainda e onde conseguiram cometer a proeza de estragar personagens coadjuvantes das outras séries, como a Madame Gao e Claire Temple. Talvez somente Jeryn “Jeri” Hogarth tenha se salvado, pois foi uma das poucas personagens “elo” que se manteve impecável.
Punho de Ferro tinha vindo com uma única missão: costurar todas as tramas do universo Marvel até então apresentadas e introduzir questões essenciais para o entendimento da trama que seria construída em The Defenders. Talvez a pressão tenha sido demais, mas ainda que não fosse, a decepção generalizada não era algo que se esperava da série, principalmente de uma série da Marvel.
O grande problema, então, foi que além de falhar como elo entre as outras 3 séries que o antecederam, o Punho de Ferro falhou consigo mesmo, pois não conseguiu criar um ambiente propício para que a história e todos os seus mistérios e misticismos crescessem em terreno fértil. Muito pelo contrário, se tornou uma série cujas explicações sobre a história milenar da existência do Punho de Ferro passam de cenas cômicas a cenas que nos dão vergonha alheia.
Danny Rand, interpretado pelo ator Finn Jones (o Loras Tyrell de Game Of Thrones) parece mais um hipster do que um homem que passou seus últimos 15 anos em um monastério místico de outra dimensão , que só aparece neste mundo de tempos em tempos, treinando para ser o Punho de Ferro, o guerreiro protetor de K’un-Lun e o único capaz de derrotar O Tentáculo.
Não se iludam.
Poderíamos passar uma vida inteira enumerando defeitos na série e furos na história, mas vamos poupar vocês disso. Saibam apenas que, quando falamos que Punho de Ferro é uma série desnecessária, não estamos apenas nos referindo à qualidade da mesma, mas sim à sua incapacidade de ser um elo entre as outras, ou ainda de nos revelar peças do quebra-cabeça que é O Tentáculo – ao menos não peças essenciais ou utilizáveis.