Mais um ano de publicações literárias incríveis chega ao fim. Do terror ao feminismo, passando por comédias e reflexões, 2023 nos surpreendeu com HQs de autoras e autores brasileiros, estabelecendo novos nomes para se observar. Confira nossa lista dos melhores quadrinhos de 2023!
Mayara & Annabelle e a Carreta Fantasma (Pablo Casado e Talles Rodrigues)
Mayara e Annabelle já se tornou um verdadeiro clássico dos quadrinhos nacionais!
Lançado de forma independente no início do projeto, o quadrinho explodiu nos últimos anos, ganhando duas edições definitivas pela Conrad e uma adaptação live-action em andamento, ainda sem data de estreia definida.
Com um humor afiadíssimo e referências à cultura brasileira e aos famosos memes da internet, como a Carreta Furacão, o quadrinho de trinta e poucas páginas é uma excelente porta de entrada para novos leitores ou para quem sentiu saudade das amigas e de suas aventuras cheias de tensão e quebradeira.
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Parque Chas (Eduardo Risso e Ricardo Barreiro)
O bairro Parque Chas, na Argentina, é cercado de lendas devido à sua configuração labiríntica, tornando fácil para turistas se perderem. Até mesmo taxistas evitam fazer corridas para o local, tamanho o medo de ficarem perdidos.
Elevando isso ao máximo das narrativas insólitas, Eduardo e Ricardo criam contos que mesclam fantasia e terror em Parque Chas, onde vampiros, sereias e fantasmas se encontram em situações instigantes.
Traduzido por Jana Bianchi, a HQ é uma pérola das narrativas gráficas latino-americanas, evocando bem a potência criativa do nosso continente. Indicado para fãs de Mariana Enriquez e Gabriel García Márquez!
Contos Macabros de Kanako Inuki
Ama Junji Ito e busca uma mangaká de horror tão talentosa quanto ele?
Kanako Inuki apresenta neste mangá seis histórias horripilantes, onde aspectos da realidade, como o bullying escolar, se mesclam a eventos sobrenaturais surpreendentes.
O traço delicado e kawaii da autora acrescenta uma camada de pavor à leitura, quando as fofuras se desconstroem diante de acontecimentos grotescos. A tradução é de Edward Kondo.
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As Muitas Mortes de Laila Starr (Ram V e Filipe Andrade)
De repente, a morte fica desempregada: é hora de a criança que trará a imortalidade nascer.
Misturando narrativa poética e cores vibrantes, o quadrinho é uma belíssima fábula indiana sobre luto e aceitação, mas, acima de tudo, sobre a vida e suas escolhas.
Quando a deusa da morte assume o corpo de Laila Starr e é condenada a passar seus dias na Terra, decide perseguir o garotinho que ameaça sua existência. No entanto, ao acompanhá-lo ao longo da vida, Laila aprenderá mais sobre os humanos e sobre si mesma.
A HQ publicada pela Devir, é perfeita para os fãs de Sandman e Deuses Americanos, de Neil Gaiman, e foi traduzida por Marquito Maia.
M de Monstra (Talia Dutton)
Quando a cientista Frances perde sua irmã Maura em um terrível acidente, tenta a qualquer custo revivê-la, a fim de aplacar sua dor. No entanto, quem retorna não é Maura: M, como se autodenomina, é uma pessoa completamente nova, com seus próprios sonhos e vontades.
Aos poucos, as duas passam a se desentender, pois Frances cria expectativas que M não consegue cumprir, levando o relacionamento a ruir.
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Traduzido por Helen Pandolfi e publicado pela Suma de Letras, M de Monstra é uma tocante releitura do clássico Frankenstein de Mary Shelley, com um traço lindíssimo e discussões sobre luto, pertencimento, identidade e expectativas familiares, além de representatividade LGBTQIAP+.
Twistwood Tales (AC Macdonald)
Criaturas mágicas convivem em uma floresta obscura, vivendo aventuras, terrores e incríveis descobertas nesta HQ.
Sem previsão de lançamento no Brasil, Twistwood Tales é indicado para fãs de animações como O Segredo Além do Jardim e as do Studio Ghibli, proporcionando a sensação de conforto desejada por amantes de outono, Halloween e fantasias.
Bruxas: minhas irmãs (Chantal Montellier)
A quadrinista francesa Chantal Montellier, conhecida pelo sci-fi visionário Social Fiction, retorna ao Brasil com Bruxas: minhas irmãs, uma antologia de histórias feministas sobre mulheres julgadas como bruxas ao longo dos séculos, como Tituba, escravizada de Barbados e julgada em Salem.
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Publicado pela Veneta, o quadrinho conta com uma introdução robusta, repleta de referências a obras feministas, que ajuda os leitores a se situarem no tema abordado pela antologia, refletindo sobre papéis de gênero. A HQ foi traduzida por Maria Clara Carneiro.
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