Esta semana acontecerá a abertura de duas exposições que buscam promover o debate sobre arte feminista no MASP. “Histórias das mulheres: artistas antes de 1900” e “Histórias feministas: artistas depois de 2000” terão abertura no dia 22 de agosto e ficaram disponíveis para o público até 17 de novembro.
A vernissage ocorre na quinta, dia 22, às 20h. Na sexta-feira, dia 23, as exposições inauguram para o público em geral. O tema feminista também é o eixo curatorial que guia o museu em 2019. Conheça abaixo as exposições!
Histórias das mulheres: artistas antes de 1900
A mostra tem como objetivo expor e questionar a construção de narrativas na história da arte a partir das desigualdades de gênero, reposicionando assim a obra de artistas que trabalharam até o final do século 19.
A diversidade estética, temática e técnica das obras expostas mostra que as artistas passaram por diferentes narrativas da história da arte. De acordo com a curadora assistente do museu, Mariana Leme, ao transformar em coletivo essas obras, fica mais claro repensar sobre desigualdade e distorções de gênero construídos socialmente.
“O fato de essas obras se encontrarem, em sua maior parte, guardadas nas reservas dos museus, diz muito sobre as políticas desiguais e de subalternidade existentes no interior do mundo e do sistema das artes, dominados por figuras masculinas, em todas as instâncias”, afirma Lilia Schwarcz, curadora-adjunta de histórias e narrativas.
A exposição ainda tem curadoria de Julia Bryan-Wilson, curadora-adjunta de arte moderna e contemporânea do MASP.
Obras de artistas como Elisabeth-Louise Vigée-Lebrun (1755-1842) e Eva Gonzalès (1849-1883), além de pioneiras latino-americanas como Magdalena Mira Mena (1859-1930), Abigail de Andrade (1864-1890) e Berthe Worms (1868-1937) estarão presentes na mostra.
Histórias feministas: artistas depois de 2000
“Histórias feministas: artistas de 2000” busca discutir a diferença de valor entre o universo masculino e o feminino. Reunindo artistas, coletivos e ativistas que trabalham a partir de perspectivas feministas, a mostra que tem curadoria de Isabella Rjeille, curadora assistente do MASP, amplia o debate sobre feminismo que está em plena efervescência e “procura mostrar como o feminismo segue influenciando lutas, narrativas e conhecimentos“, afirma a curadora.
“Abordar histórias feministas no século 21 significa partir de um tempo presente, em plena construção e urgência — um tempo que implica não apenas repensar seu passado e rever os legados deixados por artistas, teóricas e ativistas, mas também reimaginar o futuro”, explica Rjeille.
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O assunto que ganhou visibilidade nas décadas de 60 e 70, vêm sendo debatido constantemente no meio cultural. Entre outras exposições que aconteceram nos últimos anos, a “WACK! Art and the Feminist Revolution” e “Radical Women: Latin American Art 1970-1985“, que recentemente foi adaptada para a Pinacoteca do Estado de São Paulo, possuem grande destaque.
A mostra contará com obras de artistas como Ellen Lesperance (1971), EvaMarie Lindahl (1976), Giulia Andreani (1985), Mônica Ventura (1985), entre outras.
Nessa semana, haverá duas performances. A dupla Ana Mazzei e Regina Parra realiza a performance que integra a obra “Ofélia” na abertura para convidados, dia 22 de agosto, e no sábado 24 para o público em geral. No domingo, 25 de agosto, a artista Carolina Caycedo, em colaboração com as mulheres do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), ativa a obra “Muxeres en mi”.
O MASP inaugura também uma retrospectiva em vídeo de Anna Maria Maiolino. Serão expostos nove vídeos da artista, um dos principais nomes da cena contemporânea brasileira. A curadoria é de Horrana de Kássia Santoz, assistente curatorial do MASP.
Veja o trailer divulgado pela página do MASP:
Para saber mais detalhes sobre as exposições, acesse o site do MASP.
Edição realizada por Isabelle Simões.