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[LITERATURA] Mulheres escritoras de sci-fi 9: Alice Sheldon

por Anna Carolina · 25 de maio de 2016
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A história de Alice é trágica e fascinante. Filha de uma também escritora, sempre foi exposta à ambientes de aventura dentro e fora dos livros, sendo inclusive protagonista de um livro infantil escrito por sua mãe, intitulado “Alice in Jungleland”, que retratava com fotos  a estadia de Alice nos safáris africanos, onde ela esteve por mais de uma vez.

Sheldon é conhecida como uma das principais autoras de ficção científica. Famosa também por publicar livros escondida através de muitos pseudônimos, sendo o mais famoso deles “James Tiptree Jr”, que todos acreditavam ser homem . Por essa razão, estranhavam muito a frequência de personagens femininas tão fortes e diversas, e a abordagem de questões de gênero tão explícitas.

A autora encontrou esse alter ago depois de muitas coisas. Ela se alistou ao exército norte-americano em 1942, participando da força aérea e trabalhando por um tempo no Pentágono. Um tempo depois, ela entrou para a CIA, trabalho que largou poucos anos depois. No mesmo ano de sua saída, começou os estudos em psicologia e se tornou PhD em psicologia experimental. Tripree surgiu nessa época de graduação. Através dele, ela se colocava com a voz de um homem taciturno, porém bem humorado, que tinha experiência militar e havia trabalhado nos lugares onde ela trabalhara. Passou mais de uma década vestindo-se deste alter-ego e escreveu obras premiadíssimas sob ele.

A minha sugestão de leitura é justamente um livro escrito por ela com o nome de James. De antemão, digo que não achei em lugar nenhum possíveis traduções, mas há por aí os exemplares na língua nativa.

9187cc7db2b5bb181969579779c2fed1.jpg“Houston, Houston, Do You Read?” foi escrito quando a autora tinha lá seus sessenta anos. O livro conta a história de um grupo de astronautas que viaja pelo espaço e sofre um acidente inesperado, que impossibilita a viagem de volta ao planeta. Em meio à confusão, são resgatados por uma nave espacial tripulada somente por mulheres. Nesse livro, a questão da “guerra dos sexos” é pungente. Essas mulheres vêm de uma sociedade sem homens e há toda uma nova organização social, um estabelecimento novo das relações. É uma leitura divertida e dinâmica, sem rebuscamentos demais – Sheldon inclusive usa muitos xingamentos – que desperta muitos questionamentos sobre choques culturais e papéis de gênero. Além de tudo, ainda temos a temática ambientalista bem marcada, sobre as consequências do dano que os humanos causam ao meio.

Alice tinha mil nomes e ainda escreveu fantasia, muitas coletâneas de contos, artigos e tudo o mais. Sempre com um pseudônimo específico, claro.

Morreu em 1987, com a saúde debilitada e a depressão, devido à saúde também frágil do marido, com quem era casada desde 1945. Acreditam que Alice cumpriu um acordo previamente feito com o cônjuge: atirou nele, ligou para um dos filhos para avisar do ocorrido e em seguida suicidou-se.

A comunidade literária de ficção científica ainda hoje homenageia a grande contribuição de Alice para o gênero, inclusive colocando o nome de James como uma dos maiores prêmios, juntamente, por exemplo, com o Nebula.


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Anna Carolina

Alguns vinte e poucos anos usados pra fazer Cinema e Ciências Sociais. Comunista e híbrida de humana e bicho-preguiça. No mais, tenho uma Delírio tatuada no braço. Acho que isso já explica muita coisa.

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