O B de não é de bolacha: 7 mulheres da música que são bissexuais

O B de não é de bolacha: 7 mulheres da música que são bissexuais

Mais um mês do orgulho LGBTQIA+ chega ao fim. Não é surpresa que empresas, em que se inclui aqui também a indústria musical, deem maior atenção à pauta em junho, por mais que as discussões aconteçam (ou pelo menos deveriam acontecer) durante todo o ano.

Ser mulher e queer em um meio tão competitivo como a música já é desafiador por si só. Quantas Madonas, Lady Gagas e Katy Perrys estão perdidas por esse mundo afora, apenas esperando uma chance de mostrar o seu talento? Acrescente a isso o machismo e a LGBTfobia.

Há um outro aspecto, dentro deste cenário, que merece atenção: a bissexualidade.

Até mesmo dentro da comunidade queer os bis são incompreendidos. “É só uma fase, vai passar”, ou então “isso é desculpa para promiscuidade” são frases comuns para quem gosta tanto de homens quanto de mulheres. O B de LGBT não é de bolacha, mas há pessoas até acostumadas com o meio que inconscientemente apagam a bissexualidade – se pega homem, é gay; se pega mulher, é lésbica.

De alguns anos para cá, uma parcela específica da indústria musical se opõe a esse descredito da bissexualidade. Aqui, ressalta-se as mulheres, que, como já exposto, sofrem ainda o machismo, responsável por fetichizar a relação homoafetiva feminina.

Confira 7 cantoras que não tem medo de assumir quem são: bissexuais!

Lady Gaga

Lady Gaga não gosta somente de Alejandros, Fernandos e Judas. Mama Monster assumiu em 2013 aos seus fãs que gosta de homens e de mulheres. Na época, foi acusada de usar a pauta para se promover, ao que respondeu: “Sabe de uma coisa? Não é mentira que eu sou bissexual e gosto de mulheres. Qualquer um que queira transformar isso em marketing está mentindo. Eu sou quem eu sou e sempre fui”.

Um dos maiores sucessos da diva, Poker Face (2008), faz menção à sexualidade da cantora. Na letra, Gaga canta: “Ele não consegue ler a minha cara de pau (ela me pega como ninguém)”. A música foi eleita pela Billboard como uma das 10 músicas que celebram a bissexualidade em 2017.

Anitta

Anitta já se declarou abertamente bissexual e a temática aparece inclusive em seus trabalhos. No clipe de Não Perco meu Tempo (2018), a cantora aparece beijando homens e mulheres. Assim como Lady Gaga, Anitta também sofre com os “fiscais de sexualidade alheia”, que afirmam que ela é bissexual somente quando convém. A artista, no entanto, afirmou publicamente que já explorava sua sexualidade antes dos trabalhos que envolvem a pauta bi.

Ludmilla

Ainda no funk, Ludmilla também se assumiu bissexual. Atualmente casada com Brunna Gonçalves, uma de suas bailarinas, a cantora expõe nas redes sociais a vida com a esposa, além de dedicar canções a ela.

Em entrevista para o programa Encontro, na TV Globo, em junho do ano passado, Lud admitiu que vivia em estado de constante tensão antes de revelar a sua sexualidade. Para ela, foi um momento de libertação quando se assumiu para os fãs. “Eu tinha um segredo que deixava guardado [só para mim]. Antes de me assumir, era um segredo. Gente, era horrível”, afirmou na ocasião.

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Cardi B

A rapper americana Cardi B afirmou ser bissexual no Twitter em 2016, ao responder um post que a acusava de ser bifóbica. Na publicação, a artista comentava uma situação em específico e escreveu: “Se você gosta dos dois (homem e mulher) você é bissexual como eu. Por que mentir para a sua parceira que você é lésbica e depois trair com um homem?”.

Em entrevista para a revista Rolling Stone, Cardi rebateu as acusações de queerbaiting, ou seja, fingir fazer parte da comunidade apenas para atrair o público LGBT. “Eu sou casada, mas tenho muito a falar sobre minha bissexualidade e minhas experiências com mulheres. De repente, ‘queerbaiting’ é uma palavra que todo mundo começa a usar”, expôs a rapper.

Halsey

A cantora norte-americana Halsey é referência no quesito bissexualidade. Além de falar abertamente sobre o assunto há anos, a artista dedica canções voltadas para homens e mulheres. Em Colors (do álbum Badlands, 2015) por exemplo, ela canta: “Tudo é azul, os olhos dele, os jeans dele, as pílulas dele”. Já em Strangers (que faz parte do disco Hopeless Fountain Kingdom, de 2017) em parceria com Lauren Jauregui, Halsey narra um relacionamento turbulento com uma mulher. A primeira frase da canção é justamente ela não me olha mais nos olhos”.

Em 2017, a cantora desabafou no Twitter. “Então se eu namoro um cara eu sou hétero, e se eu namoro uma mulher, lésbica. O único jeito de ser bissexual de verdade é namorando duas pessoas ao mesmo tempo”.

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Preta Gil

Ícone da música brasileira, Preta Gil é também um dos principais nomes quando se fala em bissexualidade. A cantora já promovia discussões sobre o tema nos anos 90, no início de sua história na música.

Preta Gil
Preta Gil na campanha de Quem disse, Berenice? (Foto: Alex Santana)

Quando eu comecei a minha carreira, era uma mulher fora do padrão, assumidamente bissexual e negra. Mas há 20 anos as pessoas ainda tinham vergonha de se assumirem como elas verdadeiramente são. Hoje está praticamente autorizado você ser gordofóbico, machista, racista“, contou em entrevista ao portal Universa.

Luísa Sonza

Luísa Sonza se assumiu bissexual depois do lançamento de “Tentação”, em 2021, feito em parceria com Carol Biazin. No clipe da música, as cantoras aparecem juntas envoltas em sensualidade e romance. De acordo com Luísa, ela demorou um tempo para descobrir que gostava de homens e de mulheres, mas assim que se descobriu bi decidiu levantar a pauta em suas produções, por saber da importância de trazer visibilidade para a causa.

Além da parceria com Biazin, Luísa tem também explora sua bissexualidade em uma produção com Ludmilla. Café da manhã faz parte do Doce 22, o último álbum da cantora, lançado em 2021, e conta com mais de 70 milhões de reproduções no YouTube.

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