O dia primeiro de junho marcou a chegada do Mês do Orgulho LGBTQ+, uma época para celebrar e reafirmar a comunidade LGBTQ+. Esta celebração chegou numa época especialmente importante, já que este ano marca o 50º aniversário das manifestações de Stonewall, em 1969, quando membros da comunidade LGBTQ+ resistiram ao assédio da polícia no Stonewall Inn, bar no bairro de Greenwich Village, na cidade de Nova Iorque.
Porém, apesar de todos os progressos feitos pelos direitos LGBTQ+ desde então, temos visto uma perturbadora reversão de direitos para a comunidade, mais especificamente os ataques horríveis às pessoas trans. Discutimos muito sobre a importância da representação neste site – e com razão. A representação sensível e ponderada de grupos marginalizados serve a dois propósitos importantes: faz com que os grupos se vejam retratados e celebrados na tela e também serve para educar e retirar o estigma e os preconceitos daqueles telespectadores que são menos tolerantes.
A presidente da GLAAD (sigla em inglês para Aliança de Gays e Lésbicas contra a Difamação), Sarah Kate Ellis, disse: “com o debate das políticas anti LGBTQ+ que ocorre aqui [Estados Unidos] e no exterior, as histórias e personagens na televisão são mais importantes do que nunca para promover a compreensão e aceitação das pessoas LGBTQ+”.
Para celebrar o mês do orgulho LGBTQ+, estamos mostramos cinco de nossas séries LGBTQ+ favoritas. Algumas são novas, outras estão retornando, mas todas exploram a interseccionalidade e a sexualidade de formas corajosas.
Gentleman Jack
O drama histórico da HBO e BBC One segue a vida e os amores de Anne Lister, uma das primeiras lésbicas assumidas da Inglaterra. Possuidora de terras e pertencente à alta sociedade, Lister viveu abertamente e se recusou a aderir às convenções femininas de 1832. A série, criada por Sally Wainwright (de “Happy Valley”), baseia-se nos diários de Lister, que contém mais de quatro milhões de palavras escritas em código detalhando seus casos amorosos e aventuras.
A série é estrelada por Suranne Jones como Lister e mostra o retorno de Lister para Halifax, onde ela administra inquilinos em suas terras, explora a crescente indústria do carvão e corteja sua rica vizinha Ann Walker (Sophie Rundle). A série é inteligente e perspicaz, passando facilmente entre comédia e drama emotivo.
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Pose
A série “Pose“, do canal FX, tornou-se muito popular ano passado, possuindo o maior elenco transgênero contido em uma única série. A exploração da cultura dos salões do final dos anos 80 mostra uma performance estelar de MJ Rodrigues como a mãe da “House of Evangelista”, onde ela constrói um lar amoroso para seus filhos adotivos Angel (Indya Moore) e Damon (Ryan Jamaal Swain) enquanto compete com a mãe da casa onde ela vivia, Elektra Abundance (Dominique Jackson).
“Pose” possui estilo, mas sua real beleza está no amor e compaixão que a série mostra por seus personagens. A série explora de forma hábil a epidemia de AIDS e a importância de se encontrar sua própria tribo, assim como o movimento yuppie dos anos 80. A primeira temporada e dois episódios da segunda estão disponíveis na Netflix e a série foi renovada para a terceira temporada. Se você ainda não assistiu uma das melhores séries de 2018, agora é uma ótima hora para começar.
Vida
https://www.youtube.com/watch?v=GmANN8aoTtE
A série “Vida“, do canal Starz, mostra o relacionamento entre as irmãs Hernandez quando elas voltam para o leste de Los Angeles para o funeral da mãe e descobrem que ela estava secretamente casada com outra mulher. Esta notícia choca Emma (Mishel Prada), uma mulher obstinada e ambiciosa que também é lésbica, e sua autêntica, porém volúvel, irmã mais nova Lyn (Melissa Barrera).
A série, criada por Tanya Saracho, nos traz não só uma história LGBTQ+ apaixonada, mas uma visão íntima da família Latina, algo raro na televisão. A segunda temporada mostra a tentativa das irmãs de reabrir o bar da mãe, enquanto as duas brigam entre si e com a vizinhança sempre mutável. A série acabou de ser renovada para uma terceira temporada e as duas primeiras estão disponíveis no canal Starz.
Tales of the City
Baseada nos romances de Armistead Maupin, esta série limitada da Netflix é uma sequência muito esperada da minissérie da PBS, de 1993, que mostra os residentes excêntricos e na sua maioria LGBTQ+ que moram na Barberry Lane, número 28, em São Francisco. Olympia Dukakis, Laura Linney e outras reprisam seus papéis quase duas décadas depois, onde são acompanhadas por Ellen Page, Jen Richards e mais. Lauren Morelli, de “Orange is the New Black” é a showrunner e Maupin é produtor executivo do projeto. A série estreou na Netflix no dia 7 de junho.
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Special
A série “Special“, da Netflix, é baseada nas memórias do criador e estrela da série Ryan O´Connell, intitulada “I´m Special: And Other Lies We Tell Oureselves” (Sou Especial: e Outras Mentiras que Contamos a Nós Mesmos, em tradução livre).
A série acompanha a jornada de um homem gay com paralisia cerebral. A série é a primeira a focar em um personagem LGBTQ+ com uma deficiência e não deixa de mostrar pontos sobre sexo e namoro. Com um elenco de apoio forte e uma sensibilidade para a comédia, “Special” constrói um novo caminho corajoso para a representação LGTQ+ e de pessoas com necessidades especiais.
Quais séries LGBTQ+ você está assistindo no momento? Você nos recomenda alguma?
Tradução e adaptação do artigo escrito por Chelsea Steiner, publicado originalmente no site The Mary Sue, no dia 01 de junho de 2019. Traduzido por Maria Amélia Fleury Nogueira.
Edição realizada por Gabriela Prado.