Todo século, a cada 90 anos, os deuses se reúnem na Terra para inspirar os seres humanos. Vem, geralmente, como astros, e morrem depois de 2 anos. Essa é a premissa básica de The Wicked + The Divine, quadrinho escrito por Kieron Gillen e ilustrada por Jamie McKelvie, publicada no exterior pela Image Comics e aqui no Brasil pelo selo Geektopia, da editora Novo Século. Separamos alguns motivos do por quê ler The Wicked + the Divine!
Deuses como astros pop!
Como a história se passa nos anos 2010, nada como colocar os Deuses como astros da música pop. Percebemos inspirações óbvias de alguns artistas para alguns dos deuses, como Rihanna, Prince e David Bowie, além de alguns estilos para outros, como o gótico, o emo e as raves. Afinal, o que inspira mais os jovens atualmente (e, principalmente, durante o começo da década de 2010), do que a música pop? Uma grande parte da juventude, principalmente londrina e americana, foram influenciados pela música, além de formarem quase um culto de adoração à esses astros.
A protagonista do início do quadrinho é uma garota comum
Nos primeiros volumes acompanhamos Laura. Ela é uma adolescente comum, com algumas dificuldades em casa, problemas de adaptação, e quando os deuses retornam, Laura quer fazer parte daquilo de alguma forma.
Algo que é interessante nessa construção de narrativa de Gillen é que não somos já jogadas para interação entre os deuses, temos um fio condutor com Laura. As explicações, os momentos de tensão, as possibilidades de conexão com os personagens e os leitores(a), todos são conduzidos por ela. Vemos os primeiros deuses pelo olhar de Laura, sentimos a vontade que ela tem de participar daquilo, sabemos como é querer desesperadamente se sentir inserido em determinado contexto, nesse caso, entre os nossos ídolos.
Muita, muita referência à música pop
Se você é um fã inveterado de My Chemical Romance vai se derreter com as referências à banda, como quando a deusa Badb canta “I’m not okay” em um karaokê, ou quando aparece “Black Parade” como o toque do celular de um dos personagens. Mas não para por aí: o quadrinho exala referências, além dos estilos e dos personagens/artistas.

A arte de Jamie McKelvie
O trabalho de ilustração de McKelvie é incrível. As expressões dos personagens, os quadros gerais, as páginas, é tudo um deleite de se olhar. Você pode perder horas observando alguns detalhes. McKelvie também trabalhou com algumas personagens muito queridas, como Carol Danvers e com o design do uniforme da Kamala Khan, quando assume o posto de Ms. Marvel.
Os plot twists
Se você gosta de plot twist, você veio ao lugar certo. Tem tanto virada de roteiro nesse quadrinho que, de repente, você gosta de um personagem e descobre que ele é terrível, o vilão que você achava que era não é mais, o personagem que você achava que era bom também não é, o personagem que você achava que era injustiçado não é injustiçado, uma loucura! Mas Gillen faz tudo isso de forma muito natural e orgânica, essas mudanças bruscas de direção não são forçadas e The Wicked + The Divine flui muito bem.

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Além de todos os motivos citados, The Wicked + The Divine ainda pode trazer debates interessantes sobre consumo, cultura e apropriação cultural, que pode dar muito pano pra manga. O quadrinho explora bastante o sensacionalismo midiático, como esses jovens que acabam nessas carreiras acabam perdendo sua vida (o que pode ser uma das grande metáfora do quadrinho, aliás). Não somente um enorme prazer para os olhos, visto que as artes de capa dos quadrinhos são maravilhosas e a arte e as cores do miolo são incríveis, ainda é um quadrinho que rende boas discussões, com temas interessantes, além de ser bem escrito.
The Wicked + The Divine é aquele tipo de obra completa, que te prende do começo ao fim. Se você gosta de temas sobre deuses, sobre mídia, sobre consumo, é um ótimo quadrinho e vale demais a leitura!
The Wicked + The Divine
Kieron Gillen, Jamie Mckelvie