A arte é uma intensa forma de expressão para o ser humano. Através da música, por exemplo, sentimentos e ideias ganham vida com sonoridades marcantes e composições profundas, tornando-se uma poderosa forma de afirmação e luta.
Janeiro marca o Mês da Visibilidade Trans, dedicado a celebrar as diversas identidades abrangidas pelo termo e destacar os desafios que ainda enfrentam. A música tem sido um meio para muitas pessoas compartilharem suas experiências e expressarem sua criatividade individual, especialmente para quem não se identifica com o gênero designado.
SOPHIE
Ao falar de música alternativa, principalmente da música eletrônica moderna, é essencial citar SOPHIE como um dos maiores nomes desse meio, pois foi quem deu nome aos gêneros conhecidos como PC Music ou hyperpop. Suas colaborações incluem artistas do nicho como Charli XCX, Arca e Caroline Polachek, bem como do mainstream, como Madonna e Lady Gaga.
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A carreira de SOPHIE começou de forma anônima, por meio de apresentações discretas e produções cheias de personalidade, mas sem sua figura diretamente associada. Foi o clipe de It’s Okay To Cry que revelou sua identidade, colocando seu rosto à mostra como foco da produção.
A canção faz parte de seu álbum lançado em 2018, Oil of Every Pearl’s Un-Insides, com diversas faixas que expressam suas visões de mundo através de composições lúdicas e inovadoras. Assim, o disco é frequentemente citado em debates sobre produções que revolucionaram o cenário musical.
Laura Les
Laura Les é conhecida por representar 50% do grupo 100gecs, onde colabora com o músico Dylan Brady. Os dois desempenharam um papel importante na popularização do hyperpop, com produções divertidas e exageradas que caracterizam esse estilo.
Em 2022, sua música solo Haunted, composta e produzida por Laura, apareceu em uma cena da segunda temporada de Euphoria, impulsionando os streams da canção, que se tornou a mais reproduzida em seu perfil no Spotify.
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Nos últimos anos, Laura concentrou-se no trabalho com os gecs. Com o lançamento do LP 10.000 gecs em 2023, ela se dedicou a turnês e a outros projetos de menor escala. No entanto, ainda não se comprometeu com um álbum solo, deixando os fãs curiosos sobre um possível projeto desse tipo.
Ayesha Erotica
Conhecida como “literalmente uma lenda”, Ayesha aborda temas de autoestima e autoafirmação de maneira única em suas composições. Sua linguagem explícita e chocante é utilizada de forma divertida, transmitindo mensagens sobre poder e amor próprio.
Ayesha viralizou com músicas como Emo Boy e Vacation Bible School, que abordam cenários sexuais e polêmicos sem pudor.
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Arca
Arca é uma musicista venezuelana reconhecida por seus lançamentos significativos na música eletrônica experimental. Embora já tenha lançado mixtapes sob seu nome artístico anteriormente, seu álbum de estreia, Xen, foi apresentado ao público em 2014.
Seus lançamentos mais recentes incluíram cinco álbuns irmãos: KiCk i, KICK ii, KicK iii, kick iiii e kiCK iiiii. Neles, Arca explora estéticas transumanistas, unindo elementos humanos e tecnológicos tanto visualmente quanto musicalmente, resultando em trabalhos completos e complexos.
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A artista já colaborou com proeminentes da indústria, como ROSALÍA, Sia e Shygirl. Além disso, Arca é conhecida por sua colaboração com a cantora Björk, a quem considera uma grande amiga. O disco Utopia, por exemplo, é um dos resultados dessa parceria, sendo coproduzido por elas.
Consumir é um incentivo!
Assim, a partir dos ícones listados, vale ressaltar que é essencial ir além deles. Outros gêneros musicais e estilos estéticos também guardam musicistas trans incríveis que merecem reconhecimento.
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