The Eras Tour: a celebração musical e estética de Taylor Swift

The Eras Tour: a celebração musical e estética de Taylor Swift

Após onze anos desde sua última visita ao Brasil, Taylor Swift finalmente anunciou sua volta ao país com três shows agendados para novembro de 2023. A notícia da The Eras Tour foi confirmada pela produtora T4F (Tickets For Fun) em 02 de junho, revelando que a estrela pop se apresentará em dois shows no Allianz Parque, em São Paulo, nos dias 25 e 26 de novembro, e no Estádio Nilton Santos (Engenhão), no dia 18 de novembro.

Ontem (12), após esgotar a venda geral dos ingressos, a T4F anunciou mais dois shows extras: dia 19 de novembro no Engenhão e 24 de novembro no Allianz, totalizando cinco shows no país. A abertura dos espetáculos na América Latina será por conta de Sabrina Carpenter, cantora, atriz, compositora, dançarina e produtora norte-americana, que nunca escondeu sua enorme admiração por Swift.

Os shows da The Eras Tour passaram até agora por diversas cidades dos Estados Unidos, ultrapassam três horas de duração e apresentam mais de 40 músicas que passeiam por toda a carreira de Taylor, desde seu autointitulado primeiro álbum, lançado em 2006, até Midnights, seu lançamento mais recente, de 2022.

A representação estética nos figurinos da The Eras Tour

A representação estética nos figurinos da The Eras Tour.
Banner oficial da The Eras Tour | Foto: Reprodução

O conceito da divisão da carreira de Taylor Swift em eras, refere-se à prática comum entre os fãs e a mídia de agrupar e categorizar os diferentes períodos de sua trajetória com base em características musicais, estilísticas e temáticas. Cada era corresponde a um álbum específico, e suas características dizem respeito não apenas à musicalidade, mas também ao período da vida da cantora, que coloca diversos temas pessoas à luz de suas composições.

Essa abordagem é influenciada principalmente pela própria evolução artística de Taylor ao longo dos anos. Desde o início de sua carreira, ela passou por diferentes estilos musicais e experimentou uma variedade de identidades visuais e sonoras. Cada fase de sua jornada na indústria musical é marcada por mudanças na sonoridade de sua música, no estilo de suas letras, na estética visual e até mesmo nas narrativas pessoais que ela compartilha por meio de suas composições.

A The Eras Tour foi pensada para abraçar o carinho dos fãs e da própria Taylor Swift por todos os passos dados até que ela chegasse onde está hoje. Todas as eras compreendidas nos 17 anos de carreira de Swift foram representadas com excelência nos figurinos escolhidos para a The Eras Tour, e aqui está o por quê (elencado em ordem cronológica):

Taylor Swift – 2006

Diferente do pop dançante que conhecemos hoje, Taylor debutou na indústria como uma promessa no cenário country, apresentando um álbum de estreia que trazia consigo uma abordagem musical tradicional, permeada por toques do country pop norte americano.

Foi aqui que ela nos presenteou com singles como Tim McGraw, Teardrops on My Guitar, Our Song e Picture to Burn. Suas composições refletiam de forma marcante os desafios e anseios da juventude, abordando temáticas como amores adolescentes e experiências pessoais, proporcionando uma conexão íntima com o público.

Taylor Swift performando no MGM Grand Conference, em Las Vegas (2006).
Taylor Swift performando no MGM Grand Conference, em Las Vegas (2006) | Foto: Ethan Miller

Essa era foi caracterizada por uma imagem jovem e autêntica. A identidade visual da cantora era composta por seu cabelo loiro longo e cacheado, que se tornou uma marca registrada, e seu rosto era jovial, quase sem marcas de maquiagem.

O vestuário era influenciado pelo country, com vestidos delicados, saias rodadas e botas de cowboy, em uma estética mais caseira, que evocava uma sensação de inocência e romantismo, com uma abordagem autêntica e acessível.

Apesar de não estar efetivamente presente no setlist fixo da The Eras Tour, algumas canções do álbum foram tocadas como músicas surpresa durante a turnê. Os figurinos usados pela cantora durante esses momentos foram vestidos coloridos sem muitos detalhes, compostos por alças grossas e cortes que valorizam os babados presentes nos tecidos. Tais peças casam perfeitamente com a estética juvenil e vibrante de seu primeiro álbum.

Taylor Swift durante a parte acústica da The Eras Tour.
Taylor Swift durante a parte acústica da turnê | Foto: Scott Eisen

Fearless – 2008

Apesar de ser apenas o segundo lançamento musical de uma jovem de 19 anos, Fearless estabilizou Taylor Swift como um ícone adolescente de country pop. O álbum é composto por clássicos atemporais, como You Belong With Me, Love Story e The Way I Loved You. Além disso, ele rendeu dois Grammys à cantora: Melhor Álbum Country e Álbum do Ano, o que, na época, a consagrou como a artista mais jovem a receber tal premiação.

Taylor Swift durante show da turnê "Fearless", em 2008.
Taylor Swift durante show da turnê Fearless, em 2008 | Foto: Reprodução

Nessa fase, a cantora incorporou em seu vestuário elementos que remetiam à narrativa sonhadora de suas músicas. Seu guarda-roupa incluía vestidos de baile com corpetes estruturados e saias volumosas de tule – principalmente nos atos referentes à interpretação de Love Story, música inspirada em uma experiência romântica pessoal, misturada à narrativa de Romeu e Julieta, de Shakespeare.

Outra característica marcante da identidade visual dessa era é o uso de vestidos curtos adornados com brilho e franjas, remetendo às suas raízes no country, ainda explícitas em suas canções.

Na The Eras Tour, a essência de seu segundo álbum é resgatada com louvor, sem deixar de valorizar seu estilo mais recente. Os vestidos dourados com franja e (muito) brilho, acompanhados de botas igualmente cintilantes, assinados pelo estilista italiano Roberto Cavalli dão vida às raízes românticas de Taylor, enquanto acompanham seus movimentos no palco. 

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Taylor Swift durante performance da era Fearless na The Eras Tour.
Taylor Swift durante performance da era Fearless na The Eras Tour | Foto: Kevin Winter

Speak Now – 2010

Essa era, em específico, marca um momento significativo na carreira de Taylor Swift, pois se trata de um dos álbuns mais pessoais e íntimos de sua discografia. Diferente de seus projetos anteriores, cada música de Speak Now foi escrita inteiramente por ela, sem qualquer colaboração nas composições.

Essa abordagem autônoma permitiu que Taylor expressasse suas emoções de maneira única, explorando uma variedade de temas. Com letras emotivas e sinceras, ela compartilha histórias profundas e experiências pessoais que criam um vínculo genuíno entre a artista e seu público.

A cantora demonstrou uma notável autenticidade ao revelar seu mundo interior por meio de suas composições. Ela mergulhou em questões emocionais e narrativas pessoais, abordando temas cotidianos de maneira única. Essa honestidade lírica e a habilidade de se conectar emocionalmente com os fãs solidificaram sua posição como uma das cantoras e compositoras mais cativantes de sua geração.

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Taylor Swift durante a turnê do álbum "Speak Now" em Pittsburgh (2011).
Taylor durante a turnê do álbum Speak Now em Pittsburgh (2011) | Foto: Reprodução

Essas músicas são feitas de palavras que eu não falei quando o momento estava bem na minha frente. Essas músicas são cartas abertas. Cada uma é escrita com uma pessoa específica na minha mente, contando a eles o que eu queria dizer pessoalmente.

Para o lindo garoto cujo coração eu quebrei em Dezembro. Para o meu primeiro amor que eu nunca pensei que seria minha primeira desilusão. Para a minha banda. Para um homem mau que eu costumava ter medo. Para alguém que deixou o meu mundo muito escuro por um tempo. Para uma garota que roubou algo que era meu. Para alguém que eu perdoei pelo que ele disse na frente do mundo inteiro.

(trecho do prólogo de Speak Now)

Visualmente falando, o conceito do Speak Now não foge muito da estética apresentada em seu antecessor, ainda com a presença da aura de conto de fadas. Contudo, durante esse período, a imagem da cantora ganhou um tom de maturidade, ao mesmo tempo em que permanecia bastante romântica e jovial. As botas de cowboy, que antes eram uma presença constante, deram lugar a saltos elegantes, e as roupas se tornaram vintage e mais monocromáticas.

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Para representar a era Speak Now nos shows de sua turnê mais recente, Taylor apostou nos vestidos longos, brilhantes e, em sua maioria, com saias rodadas. Essa estética remete ao toque de fantasia do álbum, que faz com que a cantora pareça sair diretamente de um livro de conto de fadas.

Performance da era Speak Now na The Eras Tour | Foto: John Shearer

Red – 2012

A era Red foi revolucionária para a carreira de Taylor em muitos sentidos. Foi esse o momento em que o country foi deixado de lado para dar espaço a uma musicalidade diferente. Enquanto Speak Now dava indícios de uma carreira voltada para o pop, Red escancarou essa nova realidade com músicas de sucesso, como o lead single Red, All Too Well, We Are Never Getting Back Together e I Know You Were Trouble.

O contexto do álbum gira em torno de términos de relacionamentos e os múltiplos sentimentos oriundos deles, mas majoritariamente, suas dores. O título (“vermelho”, em tradução ao português) remete a sentimentos intensos e conflitantes, como paixão e raiva.

A estética da era Red é, como o próprio nome indica, composta por muito vermelho: seja no batom (agora inseparável), em seus acessórios ou mesmo no vestuário. Também é notável um apelo vintage das roupas utilizadas para promover o álbum.

Imagem promocional do clipe de 22, do álbum Red | Foto: Reprodução

Para a The Eras Tour, peças icônicas foram remontadas, como camisetas no estilo da usada no videoclipe de 22, bem como o chapéu coco característico, que é entregue para um fã sortudo durante a performance. Além das camisetas com escritas feitas em pedrinhas brilhosas, Swift exibe também peças em um degradê de vermelho e preto com muito brilho durante as músicas onde fala de amor e sofrimento. Todas as vestimentas apresentadas nessa era foram assinadas por Ashish.

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Taylor e dançarinos interpretando o set do álbum Red na The Eras Tour | Foto: Kevin Mazur

1989 – 2014

Apesar do sucesso estrondoso de Red, foi 1989 que consolidou Taylor Swift como uma mega artista pop a nível global. Os hits atemporais como Shake It Off, Blank Space e Style foram os responsáveis por consagrar a cantora como ícone de uma geração. Na época, não importava se você estava ouvindo rádio, assistindo televisão ou até dando uma volta no shopping: você iria escutar a voz da loirinha, gostando ou não. 

Mas a mudança foi além da reafirmação de sua potência no pop: a identidade visual também mudou. Dos cabelos longos com franja reta, Swift passou para o estilo short bob com franja lateral. As roupas vintage e monocromáticas se tornaram conjuntos de top e saias coloridos e brilhosos, que foram brilhantemente representados por Roberto Cavalli nos looks entregues na The Eras. A diferença é que, nos figurinos da turnê, 1989 foi representado dando ênfase para o brilho e o movimento das roupas, com a utilização de franjas, ao invés da mistura de cores.

Figurino usado por Taylor Swift na turnê de divulgação do álbum "1989" (2015) e da representação da mesma era na The Eras Tour (2023).
Comparação do figurino usado por Taylor na turnê de divulgação do álbum 1989 (2015) e da representação da mesma era na The Eras Tour (2023) | Fotos: Jun Sato / Kevin Mazur

Reputation – 2017

Reputation representa um ponto de virada na carreira de Taylor. Após enfrentar controvérsias e críticas intensas ao longo dos anos, Swift abraça uma nova persona nesse álbum, incorporando uma estética mais ousada e desafiadora.

Com uma mistura de pop, electropop e elementos do hip-hop, o álbum apresenta faixas que exploram a narrativa de um mundo onde a imagem pública e as aparências são constantemente questionadas. A cantora usa Reputation como uma plataforma para reivindicar seu poder e contar sua própria história, desafiando as expectativas e afirmando sua autenticidade como artista. 

O álbum foi lançado após meses de um distanciamento dos holofotes da mídia e do olhar do público, e, como canta em Look What You Made Me Do, a velha Taylor morreu em vários aspectos. Além da nova narrativa, que a reafirmava como uma mulher poderosa, muito além da figura de boa menina, a estética do lançamento também era outra.

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Dos cabelos curtos com franja lateral, Taylor passou a apresentar cabelos longos, ondulados e com franja no estilo meia lua. As roupas coloridas deram lugar a figurinos majoritariamente pretos e realçados com muito brilho. Acessórios de cobra e representações visuais do animal nas roupas e no palco durante os shows agora eram essenciais para a identidade visual de Taylor, assim como o batom vermelho para a era Red.

Foto da Reputation Tour.
Swift durante a turnê de divulgação do álbum Reputation (2018) | Foto: Dave Hogan

Na The Eras Tour, todas essas características foram reunidas em um único macacão justo, assinado por Roberto Cavalli. A peça da cor preta cobre o tronco, braço e perna direita da cantora, e é coberta por representações de cobras vermelhas. É claro que o brilho não podia ficar de fora do figurino, presente ao longo do tecido escuro e nos detalhes em vermelho.

Performance da era Reputation na The Eras Tour
Performance da era Reputation, na The Eras Tour | Foto: Kevin Mazur

Lover – 2019

Dois anos após abraçar todos os demônios que por tanto tempo a perturbaram, Taylor deu uma virada de 360º em sua carreira (novamente) ao lançar seu sétimo álbum de estúdio. Lover envolve uma atmosfera serena, colorida, apaixonada e otimista. Após muito tempo escrevendo sobre relacionamentos amorosos desastrosos e suas consequências emocionalmente devastadoras, agora a cantora exibe a paz e as perspectivas de um amor tranquilo.

Taylor Swift durante divulgação do álbum Lover
Performance do álbum Lover no festival Wango Tango (2019) | Foto: Chris Pizzello

Assim como sua narrativa, a estética desse álbum contrasta com a do anterior. As cores agora são claras e em tons pastéis, com destaque para o rosa. Além disso, desenhos de coração são a marca registrada dessa era, que tem como imagem promocional uma foto da própria Taylor com um coração rosa desenhado no rosto.

As músicas do Lover são as primeiras a serem performadas na The Eras Tour, e têm como figurino um body que representa toda a essência do álbum. A peça do Atelier Versace mescla as cores rosa e azul em um mix de pedras brilhosas, que combinam com as botas rosas cheias de glitter e a meia arrastão quase transparente que compõem o look. O traje transmite uma sensação de alegria e romance, que são as principais características das canções que inspiraram sua criação. 

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Performance durante a setlist da era Lover na The Eras Tour
Taylor durante abertura da The Eras Tour, apresentando o setlist da era Lover | Foto: Christopher Polk

Folklore – 2020

Diferente dos outros álbuns, onde Taylor retrata suas relações interpessoais, Folklore revoluciona seu estilo de fazer música por ser repleto de composições introspectivas. Com letras profundas e melancólicas, a cantora explora temas como amor, perda, memória e autodescoberta.

A essência do álbum está enraizada em histórias íntimas e em um senso profundo de vulnerabilidade, proporcionando aos ouvintes uma conexão emocional autêntica, como é típico de suas composições. Folklore chegou para reforçar a versatilidade artística de Taylor ao experimentar uma sonoridade mais acústica e elementos do folk e indie, resultando em um trabalho contemplativo.

No que diz respeito à estética, o álbum evoca uma sensação de nostalgia, natureza e melancolia. A capa do álbum, com Taylor em uma floresta, remete à atmosfera etérea e misteriosa que permeia as músicas. A estética geral é minimalista, com um toque de simplicidade e autenticidade.

A fotografia e o design gráfico associados ao álbum refletem uma estética vintage e artesanal, transmitindo uma sensação de conexão com o passado, com a natureza e com sua própria essência. Essa estética coesa e cuidadosamente construída complementa perfeitamente as narrativas emocionais presentes em suas canções.

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Taylor Swift em imagem promocional do álbum Folklore.
Taylor em imagem promocional do álbum Folklore | Foto: Beth Garrabrant

Na turnê mais recente de Swift, o figurino utilizado durante as canções do álbum é assinado pela designer de moda italiana Alberta Ferretti. São vestidos longos de cores neutras (ao menos em comparação às peças que remetem às outras eras), sem muitos detalhes, mas com tecido de sobra na altura dos braços, que deixa qualquer movimento da cantora com um efeito hipnotizante que evoca uma sensação de delicadeza, serenidade e um toque de romantismo.

Esses pequenos detalhes estão diretamente associados à ideia de fluidez e encantamento presente nas letras e na atmosfera das músicas do álbum. As cores utilizadas e a ausência de detalhes extravagantes transmitem uma sensação de simplicidade e autenticidade, complementando a atmosfera acústica e minimalista das faixas.

Taylor Swift na The Eras Tour durante performance das músicas do álbum Folklore.
Taylor na The Eras Tour durante performance das músicas do álbum Folklore | Foto: Kevin Mazur

Evermore – 2020 

O nono álbum de estúdio de Taylor é uma continuação direta do seu trabalho anterior, que foi lançado alguns meses antes no mesmo ano. Assim como Folklore, ele segue uma sonoridade mais introspectiva e com características de indie folk, afastando-se do estilo pop predominante em seus trabalhos anteriores.

Evermore apresenta uma narrativa coesa, que convida os ouvintes a mergulharem em um mundo de fantasia e emoções profundas e singulares. Cada música é um capítulo dessa história, retratando diferentes personagens e suas experiências. As faixas são envolventes, com arranjos instrumentais ricos, como violões acústicos, pianos, cordas e vocais suaves, além de letras bastante literárias, que demonstram a evolução da habilidade de composição da cantora. A produção é marcada por um clima melancólico e nostálgico, com ênfase nas letras introspectivas e poéticas, tal qual seu antecessor.

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Uma das principais características da composição de Taylor, ainda mais enfatizada neste trabalho, é a utilização de metáforas e imagens vívidas para contar histórias e transmitir emoções intensas aos ouvintes. As canções exploram os altos e baixos da vida, os desafios do amor e os reflexos do passado. 

Sua estética é caracterizada por uma atmosfera aconchegante e contemplativa. O álbum apresenta uma combinação única de elementos visuais e sonoros que se unem para criar uma experiência imersiva. A capa retrata a cantora em um bosque com um visual que remete à natureza e ao folclore. A paleta de cores é suave, com tons mais terrosos, que refletem a atmosfera reflexiva do álbum. Essa estética também é refletida nas fotos promocionais, que apresentam paisagens naturais, roupas vintage e uma sensação de serenidade.

Imagem promocional do álbum Evermore
Imagem promocional do álbum Evermore | Foto: Reprodução

Na The Eras Tour, a marca responsável por dar vida às letras de Evermore, foi a casa de moda italiana Etro. Assim como Alberta Ferretti fez para Folklore, os figurinos correspondentes ao nono álbum de estúdio de Swift respeitam a estética minimalista da produção musical, sem muitos detalhes no tecido. Também são vestidos longos, mas dessa vez sem mangas e sem efeitos de movimento. O que se pode notar é que há adornos discretos e ao mesmo tempo indispensáveis para a essência do álbum, como brilho e pequenas flores bordadas ao longo do tecido. 

Taylor Swift durante performance do álbum Evermore na The Eras Tour.
Taylor Swift durante performance do álbum Evermore na The Eras Tour | Foto: Ethan Miller

Midnights – 2022

Lançamento mais recente de Taylor Swift, Midnights conversa com o público de maneira sincera sobre seus medos, inseguranças e frustrações mais profundas. Dez dias após seu lançamento, o álbum já contava com 10 de suas canções ocupando o Top 10 da Billboard Hot 100. Essa conquista a tornou a primeira artista a conseguir tal feito.

O diferencial deste trabalho é justamente reviver momentos passados e trabalhar ainda mais pesado sobre os sentimentos que muitas vezes foram minimizados em suas composições anteriores. As músicas do Midnights se aventuram em um passeio entre felicidade, romantismo, perspectiva, angústia, amargura e vingança. 

Apesar de as imagens promocionais do álbum girarem em torno de um visual mais caseiro, respeitando a ideia do sentimentalismo e intimismo das canções, a estética dessa era não é exatamente essa. Tanto nos videoclipes lançados quanto nas peças utilizadas por Taylor para premiações e na própria The Eras Tour, percebe-se a preferência por looks vibrantes, sempre com muito brilho, maquiagem bem marcada e acessórios extravagantes.

Na turnê, as peças assinadas pelo Atelier Oscar de la Renta fazem jus ao visual chamativo, com um vestido curto incrustado de pedras brilhosas, um casaco de pele longo e roxo, e um body azul escuro bem brilhoso como segundo figurino. 

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Diferença da estética da divulgação de Midnights em comparação aos videoclipes
Diferença da estética da divulgação de Midnights em comparação aos videoclipes | Fotos: Reprodução
Taylor Swift durante performance do álbum Midnights
Taylor durante performance do álbum Midnights na The Eras Tour | Foto: John Shearer

Moda e música são meios de comunicação populares, que falam muito mais do que uma conversa direta pode dizer. Cada era da carreira de Taylor Swift conta uma história que se encaixa em algum momento da vida de quem escuta sua música.

Na The Eras Tour, Taylor e os estilistas acertaram em cheio ao selecionar as roupas que ilustram toda a trajetória de sua carreira. A harmonia entre as escolhas de figurino e a expressão artística da cantora resulta em uma experiência única ao público, onde a moda se torna parte integrante da narrativa e do impacto emocional da sua música.

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Uma jornalista apaixonada por música, literatura e cinema. Seus maiores hobbies incluem criar playlists para personagens fictícios e falar sobre Taylor Swift nas redes sociais.
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