Personagens que retratam a solidão em Nova York

Personagens que retratam a solidão em Nova York

O que significa a solidão? Ou melhor, o que significa a solidão na sociedade contemporânea? A conexão que temos com os outros nos dias atuais ocorre através da tecnologia. Sempre estaremos esperando por uma mensagem, um post ou uma notificação. A solidão é constituída não por um fardo ou por falta de relações românticas ou fraternas, ela nos abraça quando nossa voz interior grita. Quando ocorre esse grito, nos entendemos melhor como pessoa e consequentemente nos tornamos mais solitários. E é assim que a vida em New York parece.

New York, a maior metrópole do mundo, onde tudo acontece, porém onde todos são solitários. Quando olhamos fotos, mídias e posts em redes sociais, todos parecem ocupados, vivendo em sua própria mente para evitar os outros. Mas a solidão em Nova York vai além do isolamento que os cidadãos se auto impõe. A escassez de proximidade e afinidade é para poucos. Lá você encontra um grupo de amigos e se mantém nela porque é confortável. A cidade, portanto, traz fascínio pela cultura, pelo estilo, mas também traz medo e infelicidade.

Obras que retratam a solidão em Nova York

Segundo, Robert Weiss a solidão é “uma doença crônica sem característica de reabilitação“. Ou seja, uma parte de nós sempre estará sozinha, sempre haverá uma parte que ninguém acessará, e ela não é elegível para uma reabilitação. Já Virginia Woolf em seu diário, descreve que a sensação de solidão interna é algo que poder levar o indivíduo a ter experiências.

Partindo desta reflexão, traremos indicações de mídias que abrangem a solidão em New York. Tem algo nessa cidade que é encantadora, mas ao mesmo tempo desperta uma sensação de desconforto, e esta sensação parte de personagens que sabem onde estão, sabem o que querem, mas não se sentem pertencentes em lugar nenhum.

1) Frances Ha

Frances jantando com Lev - indicação de obra que retrata a solidão em Nova York
Frances jantando com Lev | Primeira indicação de obra que retrata a solidão em Nova York. (Imagem: reprodução)

Frances Ha (2012) é um filme que traz a estética do cinema francês nouvelle vague e se ambienta em New York.

Conhecemos a história de Frances, uma mulher que se mudou de Sacramento para a metrópole em busca de algum reconhecimento. Ao longo do filme, vamos assistindo cenas do cotidiano dessa jovem adulta que não sabe o que está fazendo da vida.

Entre amores e amizades, percebemos o quanto Frances vive uma solidão interna, porque os seus amigos estão indo por um caminho e muitas vezes ela se sente estagnada no mesmo lugar.

2) A cidade solitária

Capa do livro "A cidade solitária", da autora Olivia Laing
A Cidade Solitária | Segunda indicação que retrata a solidão em Nova York (Imagem: reprodução)

A Cidade Solitária é um livro que conta sobre a mudança da escritora Olivia Laing para a cidade de New York, porém quando chega na cidade é consumida pela agitação e pela solidão.

Dividido por artigos, o livro conta a experiência da autora na cidade diante da sua própria sensação de não pertencimento. Também há capítulos acerca de artistas que viveram na cidade e experimentaram o sentimento de não ser bom o bastante para estar lá.

Leia mais >> Sylvia Plath e a linha entre a realidade e a ficção

3) Meu ano de descanso e relaxamento

Meu Ano de Descanso e Relaxamento | Terceira indicação que retrata a solidão em Nova York (Imagem: reprodução)

O livro se passa em New York, onde a protagonista (na qual não sabemos o seu nome) resolve tirar um ano “sabático”. A princípio, ficamos nos perguntando quais são os problemas desta jovem rica, formada na Columbia.

No entanto, aos poucos passamos a compreender como o esgotamento físico, psicológico, emocional se comporta diante de uma pessoa. A espiral da depressão à torna dependente de remédios para dormir, e é isso que ela decide fazer pelo resto do ano, dormir.

Em Meu ano de descanso e relaxamento, a escritora Otessa Moshfegh retrata a solidão da mulher através do esgotamento, não só da protagonista como também de outras personagens do livro.

Leia mais >> Vale a pena maratonar The Office?

4) Seinfeld

Elendo de Seinfeld - personagens que revelam a solidão em Nova York
Kremer, George, Elaine e Jerry da série Seinfeld (Imagem: reprodução)

Seinfeld é uma série de TV dos anos 80/90 que conta as aventuras de quatro amigos solteiros na cidade onde nada nunca para.

No início, por ser uma série de comédia, pensamos que não existe muito conteúdo acerca da solidão, mas vamos percebendo que os protagonistas sempre estão em busca de algo para os contemplar.

Elaine (Julia Louis-Dreyfus), por exemplo, busca por um apartamento, pois não aguenta mais a sua companheira de quarto; Kremer (Michael Richards), que não sabemos muito dele, fica bastante sozinho com suas excentricidades; Jerry (Jerry Seinfeld) busca reconhecimento e George (Jason Alexander) procura um amor.

Leia também >> Meus Queridos Estranhos: solidão materna e a incomunicabilidade entre mulheres

5) How I Met Your Mother

Elendo de ow I met Your Mother - personagens que revelam a solidão em Nova York
Barney, Robin, Ted, Lily e Marshall da série How I met Your Mother (Imagem: reprodução)

Parece que todos já assistiram ao menos um episódio de How I met Your Mother, que também se passa em NY com um grupo de amigos, mas o foco é a caminhada que Ted (Josh Radnor) leva para chegar ao grande amor da sua vida, Tracy (Cristin Milioti).

Quando assistimos essa série mais jovens não entendemos muito bem o Ted e essa fixação por querer encontrar um amor. Porém, quando vamos envelhecendo compreendemos melhor o Ted. Talvez seja o que muitos buscam mas não admitem (ao contrário dele): às vezes só queremos amar e ser amados romanticamente.

As pessoas não nasceram para ficarem sozinhas, sempre iremos precisar de alguém, não importa em qual âmbito esteja. E apesar do final ser horrível, ao menos a caminhada foi maravilhosa.

Leia mais >> Joan Didion e a arte de traduzir o pessoal em universal

6) Modern Love

Anne Hathaway na série Modern Love
Anne Hathaway em Modern Love (Imagem: reprodução)

Modern Love surgiu primeiramente como uma sessão no jornal The New York Times, onde as pessoas contavam suas histórias de amor, seja romântico, familiar, de amizade, amores que não deram certo, entre outros. Com o sucesso, essa coluna se expandiu para um livro e série (a série você pode encontrar as duas temporadas no Prime Video) de mesmo nome.

Cada episódio conta diferentes histórias provocando risadas e lágrimas. Várias histórias relatam a solidão, o medo, mas também a esperança que um novo dia está para chegar. São histórias que nos ensinam a sobreviver e a viver.

Modern Love é para qualquer pessoa que ama e busca entender o funcionamento das relações.

Leia também >> A confortável solidão nas canções de Mitski

7) Before We Go

Chris Evans e Alice Eve no filme Before we Go
Chris Evans e Alice Eve em Before we Go (Imagem: reprodução)

Before We Go é um filme dirigido e atuado pelo Chris Evans, no qual dois estranhos se esbarram quando a protagonista, Brooke (Alice Eve), perde o trem para Boston.

Ao passarem a noite caminhando por Manhattan, eles expõe as dúvidas, os questionamentos e os amores que têm em suas vidas. Ao passo que tentam resolver a vida um do outro, o sentimento cresce e eles têm que decidir se essa única noite pode se tornar várias outras.

Disponível na HBO Max, Before We Go é uma obra para quem se sente sozinho e busca o conforto de que vai ficar tudo bem, além de se envolver no romance entre os protagonistas.

Escrito por:

7 Textos

Sou formada em Letras Português, buscando me especializar em Elena Ferrante. Falo italiano fluentemente. E sou apaixonada por comédias românticas, seja livros ou filmes. Sempre busco procurar o amor romântico nas coisas.
Veja todos os textos
Follow Me :