O fantástico mundo de “The Twilight Zone”: 6 episódios para conhecer a série

O fantástico mundo de “The Twilight Zone”: 6 episódios para conhecer a série

Quando era criança, minha madrinha costumava assistir ao canal USA de madrugada comigo. Ela sempre gostou de histórias de suspense e sci-fi, então não era surpresa alguma que ela passasse essas madrugadas assistindo ao “Além da Imaginação” (“The Twilight Zone”, em inglês), série icônica de horror/suspense/ficção científica dos anos 60, exibida originalmente pela CBS.

O amor dela pela série foi automaticamente passado para mim. Lembro de como eu morria de medo da abertura, narrada por Rod Serling, e como foi reencontrar uma parte essencial da pessoa que sou ao poder reassistir à série quando ela entrou no catálogo brasileiro da Netflix, em 2013.

Ao reassistir, consegui entender a dimensão do fenômeno The Twilight Zone. Não são apenas histórias de suspense ou horror. Rod Serling, abrindo a porta da terceira dimensão da qual ele tanto fala em sua narração de abertura, proporcionou que a sociedade olhasse para seus próprios medos, dentre eles: a bomba atômica, a solidão, a loucura, a ganância, uma sociedade que poderia ser dominada pelas máquinas. Ele usou a ficção científica para falar sobre assuntos sociais de altíssima importância.

Twilight Zone
Rod Serling (imagem: reprodução)
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Não é à toa que The Twilight Zone tornou-se um fenômeno da cultura pop. De David Lynch e seu Black Lodge ao quarteto Manhattan Transfer, todo mundo bebeu da fonte criada por Rod Serling. Esse fenômeno é tão forte que The Twilight Zone teve duas outras versões: nos anos 80 e 2000. Cada uma delas traz os horrores de sua época.

Em 2019, em uma época em que os nossos maiores temores estão se concretizando, em que o medo do outro e do que ele representa nunca foi tão real, o novo reboot ficou nas mãos de ninguém mais ninguém menos do que Jordan Peele. O diretor de “Corra!” e Nós” é o responsável por nos trazer a dimensão da imaginação repaginada, com direito a homenagens a episódios icônicos do universo de Rod Serling.

Será que estamos prontas para entrar no além da imaginação de 2019?

O início de Twilight Zone

Para falar sobre a gênese de The Twilight Zone, precisamos pensar na crise que o cinema vivia durante os anos 50. A televisão tomou o espaço que as salas de cinema ocupavam na vida das pessoas na virada dos anos 40 para os 50. Com a popularização da telinha quadrada, os espectadores passaram a ir menos ao cinema e a ficar mais em casa vendo televisão.

É dessa época os primeiros sitcoms da televisão norte-americana. “I Love Lucy“, seriado de comédia protagonizado por Lucille Ball e Desi Arnaz, é de 1951. Inclusive, o casal foi um dos primeiros a perceber o espaço que a televisão iria ocupar: juntos, fundaram a produtora Desilu, que ao longo dos anos iria produzir vários programas de televisão. Uma curiosidade é que, em 1957, a Desilu Playhouse produziu um dos pré-pilotos de Rod Serling para a televisão, “The Time Element”.

Na imagem: Trecho do episódio “The Time Element”. (reprodução)

O cinema respondeu à televisão de forma feroz. Técnicas como o cinemascope, com cores mais vivas e a tela do filme achatada, começaram a fazer parte de chamarizes para que as pessoas voltassem aos cinemas. Um grande nome dessa época é curiosamente o estúdio Universal, conhecido por seus filmes de terror com baixo orçamento. Essa característica que os tornava caricatos, lá no começo da era dos estúdios, tornou-se a salvação deles nos anos 50. De certa forma, eles foram visionários ao misturar seus personagens famosos, como Abbott & Costello, com os monstros da franquia. No entanto, eles eram exceção, porque todos os estúdios estavam indo por água abaixo. Eles começaram a perceber que teriam de entrar no negócio da televisão para conseguirem se manter.

Neste contexto, temos Rod Serling, que começou escrevendo programas menores. Ele trabalhava em uma rádio, em Ohio, e fazia faculdade na Antioch College. Muitos de seus scripts foram recusados nesse período. Ele se sentia frustrado, porém não desistiu. Sua primeira vitória foi ao ganhar o programa do Dr. Christian, um programa no qual os espectadores submetiam suas próprias histórias. Caso fosse a vencedora, a história era encenada no rádio. Foi o que aconteceu a ele.

Na imagem: Rod Serling e Carol Serling. Antes de se casarem, os dois se conheceram na Antioch College e trabalharam juntos na rádio da faculdade.

No final dos anos 50, depois de muito enviar scripts e receber recusas, Rod Serling conseguiu negociar com a emissora CBS para produzir uma série sobre ficção científica e fantasia, “The Twilight Zone“. Isso aconteceu por causa de Bert Granet, um produtor que desenterrou uma de suas histórias recusadas. O piloto de 1957 contava a história de um personagem que vai parar em Honolulu e tenta avisar sobre o ataque à Pearl Harbor. Nele, já havia a qualidade impecável das histórias de Serling. Então, Bert decidiu que seria uma boa ideia levar a ideia até a CBS, para que a emissora produzisse uma série sobre o mesmo assunto, algo que não havia na TV naquele momento.

A ideia de The Twilight Zone era contar histórias surreais, fora do comum. Em inglês, a expressão “the twilight zone”, a zona do crepúsculo, é usada nesse contexto. A cada episódio, o espectador seria confrontado com uma situação anormal, mas sempre atrelada a uma espécie de moral. Porém, The Twilight Zone não seria a mesma sem sua abertura icônica:

A abertura, cuja música é de Bernard Herrmann, responsável pela trilha sonora de “Psicose” e tantos outros filmes, consegue levar a espectadora até a quinta dimensão de uma forma mágica. Foi apenas no segundo piloto que escreveu para a CBS, “I shot an arrow into the air”, que ele inseriu a ideia da narração de abertura. A princípio, a emissora pensou em escalar Orson Welles para narrar a abertura, porém acabaram ficando com Rod Serling.

Como dissemos acima, a televisão tornava-se um meio feroz. De certa forma, Rod Serling sentiu que precisava proteger seu produto e estar no mesmo patamar que a CBS. Por isso, ele fundou a Cayuga Productions, uma produtora que cuidaria de toda a parte burocrática da série. O acordo entre a CBS e a Cayuga em termos de lucros era o seguinte: a CBS ficava com 60% dos lucros; a Cayuga, 40%. Antes mesmo de estrear, The Twilight Zone conseguiu um feito para sua época: foi patrocinada de cara pela General Foods Corporation seis meses antes de estrear. A empresa tinha 52 semanas de comprometimento com a série.

Em outubro de 1959, o primeiro episódio de The Twilight Zone, “Where’s everybody?”, era exibido pela CBS. Inspirado em um artigo da revista Time sobre experimentos de isolamento com astronautas, Rod Serling nos apresenta um dos maiores medos do ser humano: a solidão. Apesar de ter recebido boas críticas, a série demorou para cativar os espectadores. Os níveis de audiência foram tão baixos que o patrocinador chegou a ficar assustado. Porém, aos poucos, The Twilight Zone foi batendo a ABC e a NBC. Por isso, a General Foods decidiu manter o patrocínio até o final da temporada.

A série passou por diversas mudanças ao longo de suas cinco temporadas. Para começar, Rod Serling passou de mero narrador à uma figura icônica que aparecia todo começo de episódio, um pouco como o que Alfred Hitchcock fazia em seus filmes. A partir da quarta temporada, os episódios passaram de 25 minutos para 50 minutos, uma prova do espaço que a série conquistou no espaço dos espectadores.

Mas uma coisa não mudou: a qualidade das histórias exibidas por The Twilight Zone. Esta espécie de horror moral cruza-se muitas vezes com diversos temas daquela época, como a Guerra Fria e as memórias dos horrores da Segunda Guerra Mundial, para discutir medos primários da humanidade. Talvez resida aí o maior acerto da série. Ela representa muito o tempo em que foi feita, mas de uma forma que se tornou atemporal. A experiência de assistir à The Twilight Zone é mágica!

Seis episódios para conhecer The Twilight Zone

Para comemorar o reboot de Jordan Peele, nós listamos alguns episódios icônicos de The Twilight Zone que valem a pena assistir. Dois deles, de acordo com o trailer do reboot de Jordan Peele, serão homenageados na versão de 2019. Vamos lá?

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1 ) Time enough at last (1ª temporada, episódio 8)

Este é um dos episódios favoritos de Rod Serling, muito porque ele resume a essência de The Twilight Zone. Adaptado do conto da escritora Lynn Venable, publicado em uma revista de ficção científica, ele conta a história de Henry Bemis (Burgess Meredith), um bancário que adora livros e procura refúgio na literatura de um mundo real extremamente cruel. Seu emprego é chato; sua esposa é insuportável, e só os livros podem oferecer o conforto de que ele precisa.

Um dia, Henry refugia-se no cofre-forte do banco, e uma explosão acontece, devastando o mundo. O único sobrevivente é ele, já que permaneceu nessa espécie de abrigo. A partir daí, Henry parece estar no paraíso, uma vez que sua esposa morreu e sobrou tempo suficiente para que ele se dedique à literatura. No entanto, circunstâncias inesperadas farão com que não seja exatamente assim.

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Time enough at last/The Twilight Zone (imagem: reprodução)

Um dos aspectos mais interessantes de “Time enough at last” é como ele dialoga com o momento em que vivemos. Em tempos de fake news, o conhecimento dos livros vem sendo posto em xeque a toda hora. Livros, para quê? Por que precisamos de livros se podemos nos informar pelo WhatsApp? Essa mesma discussão acontece em “Time enough at last”, onde os livros são vistos como uma perda de tempo. A falta de conhecimento leva à ignorância, e ela é representada pela esposa de Bemis. Em um determinado momento, ela rasga um dos livros dele. Dessa forma, esse episódio funciona para nos fazer pensar até que ponto a tecnologia não está nos tirando o conhecimento e a capacidade de pensar.

2) Nightmare at 20.000 feet (5ª temporada, episódio 3)

Nosso coração simplesmente parou ao ver que Jordan Peele homenageará um dos mais icônicos e assustadores episódios de The Twilight Zone. Ambientado durante um voo, ele conta a história de Robert Wilson (William Shatner), um homem que está se recuperando de uma crise nervosa e precisa pegar um avião com a esposa.

Tudo parece bem até que ele enxerga algo na janela. Aí, minhas amigas, o pesadelo desse homem vai começar. Só ele vê um gremlin, criatura folclórica conhecida por provocar problemas na aviação ou em outros tipos de máquinas. Ninguém acredita nele. Sua esposa acha que ele está tendo uma crise nervosa. Será mesmo? É muito interessante perceber que, durante esse episódio, o personagem precisa enfrentar o próprio medo: eu estou ficando maluco, ou não? A resposta parece incerta.

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Nightmare at 20.000 feet/The Twilight Zone (imagem: reprodução)

“Nightmare” também foi baseado em um conto, escrito por Richard Matheson. Ele também dirigiu o episódio. Em 1983, o episódio foi refilmado para a antologia “Twilight Zone: The Movie”. Estrelando John Lithgow, ele mudava um pouco a perspectiva de 1963. Em 2019, teremos a terceira versão oficial, digamos assim, dessa história, protagonizada por Adam Scott.

3) The Masks (5ª temporada, episódio 25)

“The Masks” merece menção honrosa por ser o único episódio dirigido por uma mulher em todo The Twilight Zone. Em termos de representatividade feminina, aliás, a série falha muito. As mulheres não protagonizam muitos episódios, além de não estarem envolvidas neles por trás das câmeras.

Ida Lupino, uma das maiores diretoras da era dos estúdios em Hollywood, assina a direção de “The Masks”. Lupino discutiu aborto e abandono em seus filmes, mas aqui ela abre mão de protagonistas femininas para falar sobre um tema universal: o que as pessoas escondem por trás de seus rostos.

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The Masks/The Twilight Zone (imagem: reprodução)
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Jason Foster é um senhor rico que vive em Nova Orleans, no sul dos Estados Unidos, e está prestes a morrer. Sua família vai visitá-lo durante o Mardi Gras, a época de carnaval na região. Quando eles chegam, descobrimos que cada membro representa uma característica diferente, como a ganância e o culto à beleza. Então, Jason pede que seus familiares usem máscaras, e cada uma delas representa exatamente o oposto (contém ironia) do que eles são. Na verdade, as máscaras evidenciam o que cada um deles representa.

A ideia de usar as máscaras para falar daquilo que escondemos e do que somos é genial ao nosso ver. A direção de Ida Lupino, aliada ao texto de Rod Serling, discute aquilo que somos e o que escondemos dos outros. Que tipo de máscaras vestimos ao longo da vida? Será que podemos nos afastar do que realmente somos?

Apesar de ser a primeira vez de Ida na direção de The Twilight Zone, ela já tinha participado da série na primeira temporada. Ela foi a protagonista de “The Sixteen-Millimeter Shrine”, considerado um dos melhores episódios de toda a série.

4) The Sixteen-Millimeter Shrine (1ª temporada, episódio 4)

Um dos aspectos mais peculiares a serem notados em The Twilight Zone, e talvez o mais crítico deles, é as histórias envolvendo mulheres como protagonistas. Quase sempre o medo e o pânico delas está atrelado a questões de gênero, como o envelhecimento e não ser mais relevante. É o caso deste episódio, protagonizado por Ida Lupino.

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The Sixteen-Millimeter Shrine/The Twilight Zone (imagem: reprodução)

Ida interpreta uma atriz que caiu no esquecimento do público e precisa lidar com isso. Ela passa seus dias assistindo a seus velhos filmes em casa, o que lembra muito a atitude de Norma Desmond (Gloria Swanson), do clássico “Crepúsculo dos Deuses“, filme de 1951.

A partir da constatação de que seu parceiro de cena envelheceu, ela precisará enfrentará a triste realidade de sua hora já ter passado. Durante o episódio, temos uma discussão bastante pertinente de como o envelhecimento afeta as estrelas de cinema. Vale lembrar que, na época em que o episódio foi exibido, as maiores atrizes da era de Hollywood, como Bette Davis e Joan Crawford, entraram no ramo dos filmes de horror para resgatar o valor que haviam perdido anteriormente.

5) The Shelter (3ª temporada, episódio 3)

Considerado um dos meus episódios favoritos, porque acredito que ele representa a essência do horror moral sobre o qual falei anteriormente.

Tudo começa com os personagens principais reunidos para jantar e comemorar o aniversário de um deles. De repente, o país entra em alerta amarelo: um disco voador foi detectado e é preciso evacuar a cidade. Os cidadãos precisam se esconder em abrigos se quiserem sobreviver.

No entanto, o único entre os personagens principais a construir um abrigo é o médico Bill. Trata-se de um cubículo à prova de tudo, com mantimentos para no mínimo duas semanas. Ele se esconde no abrigo, mas seus “amigos” não aceitam. Eles querem entrar. Como assim não podem entrar? Então vão morrer? Eles simplesmente não aceitam.

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The Shelter/The Twilight Zone (imagem: reprodução)

A situação de estarem prestes a morrer desperta o pior nos amigos do médico. Já que eles não podem entrar no abrigo, decidem quebrá-lo, para que Bill não tenha a chance de sobreviver. Em um determinado momento, um deles é insultado por ser imigrante. O episódio é assustador, porque ele mostra como nos comportamos em situações extremas. Será que somos tão racionais assim quanto pensamos?

Além disso, o episódio traz toda a paranoia causada pela Guerra Fria. As pessoas viviam com medo de a qualquer momento serem atacadas pela Rússia. Boa parte desse medo era alimentado pela mídia, uma estratégia para que as pessoas não pudessem questionar a validade de construir mísseis e bombas atômicas.

6) The Eye of The Beholder (2ª temporada, episódio 6)

Aqui também temos uma mulher como protagonista, e o horror dela mais uma vez está atrelado à beleza. Ela está no hospital e fez uma cirurgia para reconstituir a face. Os médicos estão ansiosos, pois ela parece à beira de um ataque de nervos. Na hora em que acontece a grande revelação, descobrimos que a cirurgia não fez efeito, e a moça está em um mundo onde a beleza não é mais valorizada.

Na verdade, mais do que a beleza não ser valorizada, “The Eye” discute os efeitos de uma sociedade totalitária. Na televisão do hospital, um líder discursa. Ele diz que todos devem ser iguais, que não há espaço para o diferente. O discurso dele é intercalado com cenas da moça correndo, mostrando que não há espaço para alguém como ela.

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The Eye of The Beholder/The Twilight Zone (imagem: reprodução)

Aqui, no Brasil, vivemos um momento tão parecido que parece difícil não realizar essa associação ao assistirmos a esse episódio. O diferente, nos diz o atual presidente, precisa ser combatido, porque a pátria é mais importante. A pátria acima de tudo. De certa forma, como a moça do episódio, as minorias já estão sendo isoladas através de medidas como a retirada dos LGBTs das diretrizes da cartilha de Direitos Humanos.

Existem muitos outros episódios icônicos de The Twilight Zone que mereciam estar nesta lista, mas os que citamos já dão uma noção dos motivos de essa série ter se tornado tão famosa e render tantos remakesPara hoje à noite, o que temos é ansiedade! Acreditamos que não existe ninguém mais adequado para reapresentar The Twilight Zone ao público do que Jordan Peele. Em seus filmes, Peele promove um diálogo muito bacana entre o horror e questões sociais, e ele sabe contar histórias de uma forma única. Reapresentar The Twilight Zone significa ressignificar os nossos maiores medos na era dos celulares, fake news e presidentes fascistas.


Edição realizada por Isabelle Simões.

Escrito por:

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Tradutora e noveleira. Criou, em 2014, o canal sobre cinema clássico no YouTube, o Cine Espresso, para espalhar na Internet o amor pelos filmes esquecidos. Gosta de chá preto acompanhado de um bom livro.
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